domingo, 17 de março de 2013

O caos da minha vida pós Isadora

Minha filha nasceu, gente! Linda, loira, olho azul e cheirinho doce. Ainda tô treinando pra escrever o relato de parto, mas hoje vim falar sobre como me sinto agora, oficialmente mãe.
Queria fugir do senso comum ao falar sobre isso, mas é meio impossível. No dia que ela nasceu, não brotou em mim o amor de mãe. Não chorei de emoção. Na verdade tive a sensação de "Saiu. Pronto! Vamos ver como funciona agora... Cadê o manual?"
Ela super calma, achei que ia tirar de letra. Ledo engano. Os primeiros sete dias foram os piores da minha vida. Somando ao fato de parecer que eu tinha sido atropelada por um rinoceronte de uma tonelada, minha apojadura (google it!) foi muito dificil e sinto dor na cicatriz da cesarea até hoje, imaginem nos primeiros dias.
Eu não queria ficar na minha mãe, sai do hospital e vim direto pra casa. Mas pedi pra sair, ou melhor, pedi pro marido pra irmos pra casa dela uns dois dias depois. Mãe bundona que sou, claro que não aguentei a pressão.
Na casa da mamuska, tudo às mil maravilhas. Ela levava a baby pra dormir com ela pra eu poder descançar, eu fazia todas as refeições tranquilamente, tava produzindo leite. Tava no paraíso! Aí começou o inferninho.
Primeiro Maridon começou a se sentir excluído de todo processo e ficou com ciúmes, já que minha mãe tomava a frente de tudo (eu tava adorando, mãe! Ele que é chato.). Aí um tio meu morreu e ficou o maior climão
No sétimo dia, fui dar banho de tummy baby e afoguei a coitadinha. Ele ficou um tempinho sem ar e quando voltou, senti uma fisgada na lombar, no mesmo lugar que levei a anestesia. Amoleceu as pernas e tive que ser acudida. Nunca senti tanto medo na minha vida, achei que ela fosse morrer. E até hoje quando lembro daquele dia me dá uns três tipos de culpas diferentes.
Nesse mesmo dia do banho, um pouco mais cedo eu tinha consulta no banco de leite por conta de uma fissura e já tinha reparado que Isadora tava meio amarelinha. A enfermeira me orientou a levar pro médico avaliar. Era no mesmo lugar, levei na mesma hora. Ele confirmou que ela tava muito amarela e solicitou exame de bilirrubina. Chorei mais do que ela quando coletaram o sangue e fomos pra casa esperar o resultado. Quando saiu, Marido ligou pro médico perguntando o que a gente faria, no que ele pediu pra gente levar ela imediatamente pra internar pois tinha dado muito alterado. Foram três dias de banho de luz, de muitas lágrimas (minhas) e sensação e morte eminente.
Com todas essas situações, adivinhem o que aconteceu? Minhas tetas secaram, óbvio. Além de tudo isso, eu me cobrava o tempo todo pra amamentar, tinha medo de não conseguir manter ela só com NAN, pensava no financeiro, me sentia o fracasso em pessoa. Tomei tudo que me falaram. E necas de leitinho pra quiança. E eu me estressava mais, e não tinha leite, e eu me estressava mais, e assim sucessivamente. Até que ela começou a emagrecer demais e eu me rendi a mamadeira.
Hoje, 41 dias depois, fui tomada completamente por esse amor avassalador de mãe. Não sei bem quando ele chegou, mas sei que não consigo mais imaginar minha vida sem ela e também nem lembro mais direito como era antes. Não há o que pague todas as sensações que a gente sente, até as ruins; tudo que se sente é como muito mais intensidade. E sentir o amor das pessoas com a minha filha é a melhor coisa do mundo também.
Meu casamento mudou da água pro vinho, ficou muito melhor. Como eu poderia imaginar que é possível se apaixonar de novo pelo mesmo homem várias vezes? Cada fralda que ele troca, cada vez que ele tá com ela no colo, o zelo e babação dele.... Esses gestos me fazem ama-lo mto mais a cada dia.
Ter um bebê dá mto trabalho, é cansativo, é estressante e assustador. Mas vale a pena. Hoje eu passo por cima de qualquer coisa por ela. Ela me transforma, me modifica pra um ser humano muito melhor. Me faz repensar todas as minhas atitudes, me faz pensar em todas as consequencias antes de qualquer coisa. Eu fico olhando-a dormir e parece que meu coração vai sair pra fora do corpo. Não tem nada, nada, nada nessa vida mais perfeito e maravilhoso do que o sentimento de ver aquela coisinha e pensar "Fui eu que fiz e agora ela depende inteiramente de mim."
Acho que eu nunca mais vou ser pontual. Não dá mais pra simplesmente tomar um banho e sair. Tem que arrumar o baby, esperar Marido se arrumar, passar o pacotinho pra ele, aí sim eu vou me arrumar. Aí tem que ajeitar a mala do rebento... Nesse meio tempo ela chora e eu tenho que parar tudo pra acudir. Isso quando não levo um vomitão na roupa.
Minha casa vai tá uma bagunça total. Mas quer saber? Dane-se! As tarefas domésticas podem esperar. O mundo pode esperar. Deixo tudo esperar. E esse texto vai esperar também. Vai ficar assim, meio que inacabado. Porque agora vou lamber minha cria. Já faz tempo que não pego ela no colo.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Como a Fenix que ressurge das cinzas...



...cá estou eu novamente! Não, eu não morri. Mas estou extremamente sem tempo pra qualquer coisa.
Paro com as minhas atividades dia 17 dezembro e até lá to trabalhando dobrado. Minha banca da monografia é mais ou menos nessa data também. Então imaginem como eu ando com a cabeça.
No alto das passadas 25 semanas de gestação, muitas coisas mudaram, a começar pelo meu humor. Agora eu sou eu mesma de novo, para nooooooooossa alegria. A fase demente passou. Tô mais apegada com Marido do que nunca (mesmo ele reclamando que eu sou avoada e não dou a devida atenção que ele merece).
Só que como eu voltei a ser gente, lógico que algo tinha que vir pra compensar a boa fase, né? Azia, azia, azia. Parece que tem ácido sulfúrico no meu estomago... Aí ele extravasa pro esôfago, me dá náusea e invariavelmente sai pela boca.  Tenho que ter cuidado redobrado com o que como, quanto como e de quanto em quanto tempo pra tentar evitar o desconforto. Não tem nada muito certo, mas estou tentando.
Semana passada me rendi a auricoloterapia. É uma técnica de acupuntura, só que os pontos estimulados são somente os da orelha. Implantei na quinta passada e tirei terça-feira (ontem). Enquanto eu estava com as agulhinhas na orelha, parece que tiraram minha azia e dores nas costas com as mãos. Hoje, começou tudo de novo. Nunca fui muito crente dessas técnicas, mas agora to precisando urgentemente de uma fisioterapeuta amiga disposta a acabar com o meu sofrimento por um precinho bem bacana.
Minha barriga quadruplicou. Tô disforme. Esses dias vesti uma camiseta branca com um colete preto por cima e quase chorei a hora que me vi no espelho. Tava igualzinha o Pinguim do Batman, só que um pouco pior. Em razão disso, não enxergo mais minha coleguinha (muito menos o Marido). Como eu não enxergo e também não estou usando, nem imagino como deve estar a situação na região sul do meu corpo.
Mas agora to aproveitando as partes boas em ser barriguda. Aonde eu vou surgem lugares para sentar, não enfrento filas e sou poupada em algumas situações. E que atire a primeira pedra a grávida que nunca tirou um proveitinho da situação.
Também troquei de obstetra, desisti do parto normal, fiz algumas ecografias e minha filhota parece um feto de elefante: grande demais, gorda demais, linda demais. Sim, é uma menina. Quase surtei no inicio. Agora já não me imagino mais mãe de menino. Tudo o que eu olho é de florzinha, fadinha, frufruzinho e afins.
Com o crescimento da barriga a percepção muda. Parece que cada dia que passa é mais palpável a percepção da maternidade. Cada pontapé que a Isadora me dá é um lembrete. “Olha, mamãe. Se agiliza aí que eu to quase chegando e quero tudo pronto.” Como eu sou indecisa por natureza e só funciono sob grande pressão, finalmente decidi qual quarto da casa será destinado a ela, que não quero cama auxiliar e só o berço, cômoda e guarda-roupas. Decidi que a decoração será provençal, com flores onde for possível e que o kit de berço será bordado com brasão e o nome dela. Ainda estou indecisa sobre o papel de parede, mas logo eu resolvo. Já é um grande avanço eu ter decidido o tema do quarto.
Também a medida que a barriga cresce, aumenta a ansiedade. Ansiedade quando ela passa muito tempo sem mexer, ansiedade pela próxima ecografia e ansiedade principalmente para que chegue o dia do nascimento. Fico imaginando como vai ser o rostinho e tomara deus que ela saia com o nariz do pai.
Como resumir a fase em que eu me encontro agora? De plenitude. Nunca imaginei que eu pudesse estar tão bem e feliz.  Pensei que a troglodita de uns meses atrás nunca mais fosse embora. A humanidade agradece.
Daqui uns dias eu posto uma foto diretamente intra-útero pra vocês verem como ela é linda, mesmo em preto e branco. E prometo que não estarei mais tão ausente assim.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pensando bem...

Depois que eu fiquei grávida, fiquei mais reflexiva (a medida que a lentidão permite).
Coisas que antes não tinham importancia pra mim, hoje têm e muita. Acho que as lamparinas do juízo finalmente se acenderam dentro da minha cabeça.
Não sei se com todas é assim, mas hoje eu dou valor ao que realmente importa. Em contrapartida, ás vezes algo que não merece tanta atenção assim me perturba profundamente. Aí eu choro, faço drama, fico chateada. E esqueço. Pra depois continuar tudo de novo com alguma outra coisa.
Mas sabe do que mais eu sinto falta? Dos meus amigos. Não dos meus colegas, que tão por aí sempre. Mas dos meus amigos. Só que é uma saudade saúdavel. Pq sei que as causas do afastamento foram naturais. Pq ciclos se encerram, mas o que é bom permanece pra sempre. Mas mesmo sendo assim, quando converso com alguns deles é como se a gente nunca tivesse ficado por tanto tempo longe.
Esse ano foi de grandes mudanças pra mim. Tudo que eu pedi pra Deus, Ele me deu em dobro. E só tenho a agradecer. A minha vida inteira eu vou lembrar que 2012 foi o ano divisor de águas. Perdi algumas batalhas, ganhei inúmeras outras, mas tenho certeza absoluta que tudo que aconteceu (e vem acontecendo até então), são as mãos do papai do céu agindo.
Ás vezes eu me sinto sozinha, mesmo cercada de gente. E tenho que contar até o infinito pra me acalmar. Mas repito o que eu disse antes: o que é bom permanece. E tudo pode ser apenas e simplesmente uma resposta à oração "Livrai-me de todo o mal. Amém."

sábado, 25 de agosto de 2012

Mentiras que as mães contam



No meu caso, que minha avó me contou, pois fui criada com ela. Mas quem de nós não tem traumas obscuros escondidos no fundo da alma? Traumas esses decorrentes das verdades infundadas que mamãe nos contava a fim de conseguir alguma paz.
A primeira que eu me lembro e que me perturba até hoje é a história do chinelo virado. Até hoje se eu vejo um chinelo virado me dá um faniquito de perturbação que não passa até eu desvirar o bendito.  Acho que desenvolvi TOC nesse quesito. Não importa se eu to na casa de alguém, ou numa loja de calçados, ou num restaurante daqueles orientais que só pode entrar descalço. Se tem chinelo virado, eu PRECISO desvira-lo. E qual era a mentira que me foi contada? A de que se o chinelo ficasse virado, a mãe morria.
Pensando hoje, qual a relação de um chinelo virado e morte da mãe de alguém? Ah, criança ingênua! Não percebeu que era só desculpa da mamãe para que você mantivesse as coisas organizadas?
Enfim, essa mentira me marcou profundamente. E até hoje eu salvo pobres mães pré destinadas a morrer porque alguém se descuidou e deixou o chinelo virado.
Algo que eu gostava muito na minha infância era uma mistura de gelo moído com groselha, popularmente conhecido como raspadinha (nos dias de hoje são os famosos Frozen. Mudaram a nomenclatura devido ao significado pejorativo que as crianças do mal atribuiriam ao nome). Custava tipo uns 0,25 cents de cruzeiro na época (!) e eu era doente por aquele negócio. Então eu tentava fazer igual em casa, raspando o gelo que se forma no congelador e misturando leite condensado, Nescau e qualquer coisa que eu achasse que ficaria bom. Aí vovó me falava que aquele gelo era tóxico, formado por gases da geladeira e que eu se eu continuasse comendo ia morrer envenenada. Lógico que funcionou. Nunca mais nem respirei quando abriam a porta do congelador. E até hoje suspeito um pouco daquele gelo mutante que se forma do dia pra noite. Depois eu descobri que não, não era verdade.  O gelo formado nas paredes do congelador consiste exclusivamente do congelamento do vapor de água que sempre esteve no ar. Assim, a menos que a geladeira seja realmente muito potente, não há o risco de ter congelado outra coisa junta, como nitrogênio. O gelo da lateral, aliás, deve ser até mais limpo do que o fabricado nas formas, já que invariavelmente a gente faz isso com água da torneira.
E o monstro da congestão? Ninguém nunca soube bem o que era isso nem nunca voltou pra contar, mas pelo nome era algo horrível e triste. Tão horrível e triste que quando era dia de praia/piscina, a hora de comer era considerada mais ou menos como o Apartheid. Melhor coisa a se fazer era não sair da água pra comer por nada no mundo. Ficar o dia todo de molho até os dedos enrugarem e a pele das costas e do nariz descascar era a solução mais óbvia. Mas a mães cruéis não queriam nem saber disso e nos obrigavam a comer (pra não morrer por inanição) e, pior ainda, ficar umas três horas esperando a comida “abaixar” pra só depois poder voltar pra água.
Pra mim esse mito até que não é de todo mentira. Depois de comer, o estomago precisa de uma quantidade maior de sangue para realizar a digestão, e consequentemente mais energia para esse trabalho. Se a pessoa faz esforço nessa hora, o sangue e a energia que deveriam ser enviados pro sistema digestório são gastos, o que prejudica todo o processo. E como criança na água quase não faz farra, não é incomum que as corujas preocupadas queiram proteger seus rebentos. Dificilmente alguém morre de congestão, mas se tratando de seres que acham que são o Cesar Cielo, todo cuidado é pouco. Quando o meu nascer, acho que vou agir da mesma forma e fazê-lo esperar incríveis 3 horas até poder voltar a brincar.
São tantas conversinhas, desculpinhas e mentirinhas que me pergunto quais as que eu vou usar aqui em casa. Porque, né? As mentiras da mamãe fazem parte da criação de qualquer criança saúdavel. =D

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Chilique de grávida

Eu sempre fui paciente, ponderada, dificilmente erguia a voz pra alguma coisa ou arrumava briga. Sim, eu já fui uma pessoa muiiiito calma. Pra quê arrumar briga, discutir, questionar? Acreditava nas minhas verdades e isso me bastava. O resto que se dane.
Só que agora eu ando percebendo que tô um pouco chiliquenta.
Antes mesmo de descobrir eu andava meio ansiosa demais, irritada demais, debochada demais. E sem paciência pra gente folgada.
Nessa época, o que começou a me irritar foi que minha casa tinha virado QG dos meus amigos. Todo final de semana a gente se reunia em algum lugar e nos últimos, era sempre na minha casa. Aí eu ficava puta pq lá pelas tantas da madrugada todo mundo ia pro conforto de suas casas limpas e eu ficava com a minha virada do avesso, com lata de cerveja pra td qnto é lado, copos espalhados (alguns até quebrados), bituca de cigarro e etc. Tirando que em toda reunião sempre tem um engraçadinho que fica brincando com rótulos de garrafa. Já perceberam?? Rasga o rótulo inteiro. Aí fica papelzinho picado em todos os cantos.
Outra coisa que me irritava também é que eles vinham para cá e ficavam implicando com a Laila. "Saí daqui, cachorro!" (é cachorra), "Aí, ela fica me lambendo/pulando/encostando em mim!" (óbvio, ela é um cão), "Credo, que fedida!" (ela cheira como todos os da espécie canina) e por aí vai. Aí eu dizia "Amigo lindo, ela mora aqui. Quem é visita é você. Sinto muito." E saía como a grossa, sempre.
Tentava cortar as festinhas, mas meus amigos são folgados mesmo. Com o tempo diminuiu. E hoje em dia só vem quem eu realmente faço questão. Parece que quando a gente vira pai/mãe só sobram os verdadeiros mesmo.
Normalmente os chiliques também acontecem quando a casa tá numa situação que não dá mais pra fechar os olhos e segurar a respiração. Não tem outro jeito, preciso limpar. Eu posso acordar vomitando arco-íris de tanto bom humor. Mas aí eu vejo a casa suja e o tempo fecha. Odeio limpar a casa. Odeio lavar a louça. Odeio serviço doméstico. Odeio, odeio, odeio! Não nasci com o dom natural de ser uma boa dona de casa. Quando casei dei graças a deus que ninguém mais ia ficar me perturbando pra arrumar o quarto ou coisa parecida. Mas descobri que a porcaria da sujeira não se limpa sozinha e me vejo cobrando de mim mesma.
E onde eu moro parece que tem uma terra vermelha que pensei que só existesse na Nova Guiné. A cachorra sai no jardim e quando volta pra dentro (imunda), faz questão de se chacoalhar e se esfregar no sofá, ou no tapete, ou em qualquer lugar que ela possa se limpar. E a desgramada não pode me ver com uma vassoura ou um rodo na mão que acha que os utensílios estão brincando de pega-pega com ela.
Marido até me ajuda nessas horas. Mas não adianta. Esse tipo de tarefa tem que ser executada pela Amélia Mãe, pois corre o risco de não ser tão bem executada por ele e desencadear mais um tsunami de chilique.
E depois que a casa tá limpa, cheirando a produto de limpeza (e não a bufa de cachorro) e minha lombar tá cheia de nós, a Dona Neura vai embora. Só que aí eu começo a implicar com cada micróbio que entra porta adentro sem limpar os pés. E eu não tô nem aí se é o Luciano Huck que veio gravar Lar doce lar na minha casa, se não limpar os pés ou entrar descalço vai gravar programa na casa do baralho.
Essa semana percebi que um colega de trabalho meu não anda mais falando comigo. E é um dos mais próximos, sempre nos demos bem, somos amigos fora do expediente também. Só que ele andava meio seco, só respondia o que eu perguntava (e olhe lá) e nunca mais me pediu ajuda com nada. E ele sempre pedia, porque a gente dava uma enrolada no serviço e ficava batendo altos papos (que minha chefe não leia o blog, por favor!). Aì ontem mandei a real pra ele. Perguntei porque ele estava arredio, não falava mais comigo, se eu tinha feito alguma coisa. Ele me olhou meio desconfiado, com os olhos apertados... E perguntou se eu realmente queria saber e se eu estava de bom humor. Resumindo: ele disse que eu tô ensandecida, que nunca sabe o que falar, que ele tem a sensação de pisar em ovos sempre que eu tô por perto. Que eu tô estúpida e não sou mais a mesma de antes.
Peralá! Eu?? Mas eu sou tão legal. Você que é um folgado que não pode fazer nada sozinho e fica nas costas dos outros e blá blá blá. Aí eu percebi que realmente eu tenho passado um pouco da medida e me desculpei. Ninguém tem culpa se eu tô formando um sistema nervoso inteiro e complexo dentro do meu útero. Tenho que me controlar. Tenho que me controlar. Tenho que me controlar. E tenho que repetir esse mantra na cabeça o dia inteiro, e depois a noite a hora que chego em casa.
A gravidez é linda, agradável, sublime só que não. E o preço a se pagar é alto também. Você perde alguns amigos, se aproxima mais ainda de outros, passa a ter uma visão diferente das coisas. E tomara que eu não leve uma pancada na cabeça e acorde gostando de Justin Bieber porque é só o que tá faltando acontecer mesmo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Dia da gestante

Olha eu aqui atrasada mais uma vez. Ontem foi dia da gestante e como eu não postei nada vou deixar um videozinho pra vocês chorarem em bicas (hahaha como eu sou má!)
Feliz dia das pançudinhas pra todas nós :)


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pais grávidos, pais feitos

Bom dia, pessoas lindas!!! Me desculpem pela ausência. Ando meio sem inspiração pra escrever.
Aproveitando o mês dos pais, estive pensando em algo pra postar que atingisse eles, os machos alfas portadores de testículos. Normalmente quando a gente engravida, os pais ficam meio esquecidos no decorrer dos nove meses. E depois que nasce também. As visitas são pra mulher e pro bebê, as felicitações idem, ou presentinhos e tal. Mas apalpar as bolas do papai e dizer "Parabéns! Você fez um bom trabalho!" ninguém quer, né?
Começando por dentro de casa, o que podemos fazer pra inserir o pai no cotidiano maternal/gestacional? Não dá pra resumir a participação dele apenas na hora de buscar fraldas (ou no meu caso, na hora de segurar minha cabeça no vaso) e pagar as contas.
Bom, vou falar sobre o que venho vivendo até então. Pra começo de conversa: grávidas, se controlem. Eu sei que as bombas hormonais que nos afetam são mais potentes que as que atingiram Hiroshima. Mas a cidade se reconstroe. Seu relacionamento, dependendo do nível da sua loucura, pode ter as estruturas abaladas permanentemente. É extremamente dificil manter a sanidade no início mas SE CONTROLEM. Ou vocês acham que eles também não sofrem com o tsunami de responsabilidade que acaba de cair na cabeça deles?
Quando você pega o positivo na mão é um baque muito grande. E a primeira coisa que eles pensam é se fizeram parte de todo esse acontecimento. Todos os pais que eu conheço relatam que a primeira coisa que pensaram foi se o filho é mesmo deles. Pro macho alfa, é algo tão grandioso que o instinto lhes diz que não tiveram nada a ver com isso. É aquela coisa: já viu meninos quando correm da responsabilidade? Mais ou menos por aí. Quando foi comigo a primeira coisa que eu ouvi do Marido foi: "Esse filho é meu?". Eu quis dar na cara dele e até fiquei chateada uns dias, mas acho que até entendo porque. Nós não temos como desconfiar desse fato, mas se você acusada de algo que acarretasse em grandes acontecimentos (sejam bons ou ruins), meio que por questão de sobrevivênvia provavelmente negaria que tem algo a ver com o fato. Puro instinto.
Aí chegam as consultas de pré-natal. Tem pai que gosta de ir, tem pai que não curte muito. Se no seu caso o progenitor vai sem problemas, você é uma grávida muito sortuda. Deixe-o o participar, perguntar, falar pro médico que voce tá meio louca e chorar na hora de escutar os batimentos do bebê. Eu sei, a gente morre de vergonha. Mas pro médico é só mais um no meio de muitos. Assim que você sair do consultório, ele nem vai lembrar mais (até a próxima consulta). Provavelmente esse pai vai querer por toda lei assistir o parto. Então vá preparando-o para que na hora do nascimento a equipe não tenha que fazer seu filho esperar mais um pouco pra acudir o pai que desmaiou. Quer uma dica? Coloca vídeo de parto no youtube pro papaizão ver, tanto de cesarea quanto de parto normal. (Esse aqui é super educativo, eles vão adorar! Esse é pros naturalistas e o meu preferido também. E esse foi o que eu mostrei aqui em casa hehehehe). Se ele aguentar assistir todos até o final quietinho pode deixar assistir o parto. Na verdade vou lhes contar um segredinho: fazê-los assistir os vídeos é só de sacanagem. Na hora mesmo eles ficam na cabeceira da cama e tem inúmeros campos esterilizados (panos) que impedem que se consiga enxergar o buraco por onde tá saindo o baby (seja parto normal ou cesarea). Ou seja, ele não ver nada de bizarro, mesmo porque a equipe que vai estar na sala não deixa pra evitar catastrofes/traumas.
Eu não sei se algum pai grávido lê o blog, mas eu também tenho umas dica pras eles: Paizão, seja compreensivo com sua mulher. Dá uma mãozinha nos serviços domésticos, seja mais carinhoso, surpreenda-a com coisinhas simples (tipo um pote de sorvete). Provavelmente você vai atravessar um deserto sexual também. Não arrume uma amante, não saia de casa, não faça nada. Vai passar mais rápido do que você imagina. Quando ela estiver chorando, não pergunte o porquê. Ela também não sabe. Abraçe-a e deixe chorar. Se ela estiver num ataque de nervos falando todos os palavrões possíveis e até os desconhecidos, deixe ela xingar. Não responda nada. De preferencia, vai saindo de fininho pro jardim e se ela perguntar porque você a deixou falando sozinha diga que deu uma vontade incontrolável de cortar a grama. Mulher grávida é igual cachorro bravo. É só saber domesticá-la que ela abana o rabinho.
E com vocês, leitoras, como os maridos estão lidando com a nova situação??
Feliz dia dos pais para todos aqueles presentes, ausentes e para as mães guerreiras que são pais também.