terça-feira, 31 de julho de 2012

Conselhos pro meu pequerrucho

Desde já eu penso em maneiras de aconselhar e plantar valores na cabeça do meu filho. Esse mundão tá cada dia mais louco. Como protege-lo de tudo que acontece ao redor? E realmente, cheguei à única conclusão plausível: não há como. O que eu posso fazer é ensina-lo o certo e errado e entregar nas mãos de Deus.
Eu, particularmente, sou uma pra sempre frustrada com a humanidade. Mas não quero que ele seja assim. Aí dia desses uma amiga me mandou um link que tava circulando pelo facebook (esse aqui) e parece que me acendeu uma luz. Certamente, nem tudo está perdido. Há uma ínfima parcela que se salva. E pensando nisso listei alguns conselhos que quero dar pro meu filhote, tanto quando criança como quando adulto:

  • Pratique atividade física- Melhor dizendo, cuide da sua saúde e do seu corpo. Zele pelo seu futuro. Não queria ser um idoso reumático. Alimente-se bem, faça caminhada, corrida, judô, futebol, ballet, qualquer coisa. Movimente-se. Seu corpo e sua mente agradecem.
  • Seja gentil com as pessoas- Há um ditado que diz que "Gentileza gera pessoa folgada". Mas não pense por esse lado. Seja cordial. Sorria, cumprimente, ajude a moça a colocar as sacolas no carro. Ceda seu lugar no ônibus para uma senhora mais velha. Trate bem os vendedores, garçons, aqueles que te servem. Ouça seus professores enquanto eles falam. Ser gentil não custa nada. E os outros seres humanos não têm culpa do seu mau humor.
  • Goste de animais- Não seja conivente com abusos e maus tratos. Posicione-se. Se achar algum perdido na rua, faça algo para ajudá-lo. Adote, cuide, ame, eduque. Cães, por exemplo, vivem menos que nós pois já nasceram sabendo amar de uma forma que levariamos uma vida inteira pra aprender.
  • Estude- Manjado, né? Mas real. Estude, filho. Dedique-se. Empenhe-se naquilo que você faz. E faça o que você gosta. Pra depois não se tornar um profissional amargurado e frustrado.
  • Alimente sua mente- Goste de música e livros. Tenha cultura. Não seja um alienado pela mídia. Faça a diferença. Todos têm potencial para tal.
  • Seja prudente com seu dinheiro- Talvez o conselho mais dificil a ser seguido, mas não menos importante. Seja prudente! Abra uma poupança e guarde nem que seja o mínimo possível. Tenha reservas. Você nunca sabe o dia de amanhã.
  • Quando chegar a hora de namorar- Cuide bem do seu companheiro(a). Trate-o como você gostaria de ser tratado. Não seja como a maioria das pessoas. Preserve-se e preserve o outro. Traição não é algo normal, instintivo; como pregam hoje em dia. Traição é falta de lealdade consigo mesmo, com o parceiro, com os sentimentos próprios e alheios. Mais uma vez, faça a diferença. E seja sincero, além de qualquer coisa.
  • Mantenha os bons amigos- E afaste-se dos que te fazem mal. Amigo a gente escolhe e ao mesmo tempo é escolhido por ele. Cultive as boas amizades.
  • Valorize sua família- Passa muito rápido. Uma hora você vai criar asas e seguir seu rumo. Não tenha remorsos e arrependimentos. Valorize cada momento junto. Família é o que te acolhe, independentemente de qualquer coisa. Você vai brigar com seus irmãos, sim. Mas nunca ninguém vai te defender como eles (e você irá defendê-los também). Crie laços com sua família. Quando você menos esperar, vamos nos separar. Aproveite cada momento.
  • Tenha fé- Jesus Cristo foi o cara mais incrível da face da Terra. Seja otimista, mantenha a esperança e a calma mesmo nos momentos mais dificeis. Leia sobre Ele e você verá de onde vem a força.
  • Lute pelo que você acredita- Sim, lute. Pelos seus objetivos, pelos seus ideais, pelos seus príncipios. Não baixe a cabeça frente o primeiro obstáculo, mas sim, tenha sabedoria para lidar e aprender com ele.
  • Não cultive pré-conceitos- Seja o próximo negro, branco, amarelo, crente, espírita, gay ou o que quer que ele seja. Você não o conhece. Não julgue para não ser julgado. Religião, raça ou opção sexual não definem ninguém.
  • E mesmo com todos os conselhos que eu e seu pai podemos te dar, você vai se decepcionar. A vida é assim. Mas a forma com que você lida com a decepção é o que vai definir seu próximo passo. Seja feliz, filho. Isso só depende de você.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Desmistificando a gravidez, por mim.

Hipótese nº 1: Sua vida vai ser dormir, enjoar e vomitar.
Na minha situação, é verdade em partes. Meu sono na verdade piorou, eu era muito mais dorminhoca. Agora demoro pra dormir, é difícil achar uma posição confortável na cama, qualquer barulhinho me acorda e quando finalmente chego ao REM, preciso levantar pra ir ao banheiro; umas duas vezes por noite. E se eu não levanto faço na cama. Humilhante, mas bastou acontecer uma vez pra eu aprender a lição.
Quanto aos enjoos, só aparecem se eu fico muito tempo sem comer. Ah!! Também acontece de eu acordar com fome de madrugada e ter que ir comer.
Vomitar mesmo eu vomitei duas vezes. Uma vez porque eu fui pra Argentina e me entupi de queijo e azeitona (quem é da terrinha sabe do que eu tô falando). Cheguei em casa, dormi e acordei botando tudo pra fora. Mas na verdade acho que foi pq eu comi demais mesmo. E a outra vez comecei a passar mal umas sete da noite e foi até sete da manhã. Sim, a noite inteirinha da cama pra privada. Mas eu também tava com uma enxaqueca tremenda. Então, em nenhuma das vezes sei bem se foi a gravidez ou as causas aleatórias.


Hipótese nº2: Você vai querer sair comprando tudo para bebês que vê pela frente.
Mentira. Até agora só me deu vontade de comprar uma sapatilha de oncinha pra recém nascido. Mas como eu ainda não sei o sexo do meu rebento, não arrisquei. Eu gosto de olhar roupinha, decoração de quarto, sapatinhos... Mas meu impulso consumista desenfreado ainda não se manifestou.

Hipótese nº3: Você vai comer igual uma vaca, tirando os desejos bizarros que vão te deixar quase louca. 
Eu até emagreci depois que engravidei, mas pq passei a me alimentar melhor. Meu apetite não diminuiu nem aumentou, mas na hora que a fome bate não posso me dar ao luxo de esperar pra comer. Parece que tem um burraco no meu estomago que poderá ocasionar a 3º Guerra Mundial se não for preenchido. E desejos por enquanto também só duas vezes. Na primeira eu estava num posto de gasolina abastecendo o carro e fui até o balcão da loja de conveniência pra pagar. E lá estavam expostas todas aquelas guloseimas coloridas e diversas. Entre elas, tinha kinder ovo. E ele olhava pra mim com uma cara de “Por favor, me come” que eu não pude resistir. Parece que minha vida dependia daquilo e se eu não comesse meu filho iria nascer com cabeça de ovo. Nem quando eu era criança comi um negócio daquele tão gostoso.
A outra vez foi num dia chuvoso em que eu estava em casa de férias. Tava no facebook vasculhando a vida alheia quando me deparo com uma foto com a seguinte legenda: “Almoço super saudável”. Sabe o que tinha na foto? Um combo do mc donalds. Alias, pq as pessoas insistem em colocar foto de comida no face? Pra mostrar que tem um celular com acesso a internet ou pra judiar da lombriga alheia? Enfim, minha boca encheu de água, o marido tinha ido trabalhar com o carro, tava chovendo canivete e eu não tinha como ir ao mc donalds. Liguei pra minha best friend forever me levar, mas ela tinha aula. Liguei pro marido, ele não me levou a sério. E não tinha nem como pedir pra entregar pq eu não tinha dinheiro, só cartão. Fiquei com vontade naquele dia. Mas no outro fui bater perna no Paraguay e comi o bendito. Big tasty com muito molho, cebola roxa e batata frita. Inclusive, lá nos Hermanos além de ser metade do preço daqui, dá impressão que é muito mais gostoso também.

Hipótese nº4: Seu desejo sexual vai aflorar e você vai virar uma máquina de sexo. 
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!!!!!!!!!! Coméquié?  Só digo uma coisa: tô rezando toda noite pro marido não arrumar uma amante.
As coisas diminuíram aqui em casa. Acho que fui feita pra reproduzir. E agora que consegui, não quero saber de mais nada na vida.
Tá, também não tá uma seca total. Mas digamos que diminuiu uns 50%.
O corpo fica mais sensível, dolorido... E é difícil relaxar quanto tem um rim em formação dentro do seu útero. Ao mesmo tempo, é também mais prazeroso pq as reações são mais intensas. Ou seja, é difícil começar. Mas quando tá lá é mais gostoso do que antes.

Hipótese nº5: O latido do cachorro da vizinha vai ser motivo pra você chorar. 
Verdade verdadeira. Tô a flor da pele o tempo todo, tanto pra alegria quanto pra tristeza quanto pra raiva. Choro pq tô feliz, choro pq tô triste, quero matar quando tô com raiva. Mas no meu caso é até bom. Eu nunca fui de me manifestar com nada. Agora falo o que eu penso sem medo de ser feliz (e depois coloco a culpa nos hormônios). E isso tem me aliviado.
Ontem foi um dia desses pra mim. Marido acordou e foi trabalhar. Só que me esqueceu em casa e eu tive que ir de onibus pra faculdade. Chorei de raiva enquanto me arrumava pra sair. Chorei no ponto de onibus. Chorei dentro do onibus no percurso até a faculdade. Chorei pra minha colega que acabou de ter filho (e disse que é normal, só vai passar quando nascer; isso se eu tiver sorte). Aí fui trabalhar e esqueci. Cheguei em casa e liguei pra minha avó (ontem foi o dia dela!) que me criou. Confesso que tenho um pouco de remorso por dar menos atenção pra ela do que ela merece. E depois que casei moro num lugar um pouco longe de sua casa. Aí sabe o que ela me falou?? "Ah.. vocês vem tão pouco aqui em casa. Eu queria ficar mais perto agora que você tá grávida. Eu só não vou aí pq a gente não tem carro e seus tios você sabe como são, é?" Ai, vó... Pq a senhora foi falar isso? Aí chorei de culpa, comecei a pensar que pode ser que ela nem esteja mais aqui quando o bisneto nascer e tô pensando seriamente em conversar com o marido pra gente se mudar lá pros lados dela.
Aí depois eu chorei enquanto tomava banho, chorei antes de dormir, chorei, chorei chorei! E me perguntar pq eu tô chorando ou o que eu tenho só piora a situação. Eu não sei o que eu tenho! Alias, eu sei sim. Tenho um nenem crescendo dentro de mim que me desestrutura emocionalmente. E sua formação desestabiliza todos os hormônios do meu corpo. Então, ao invés de me perguntar o que eu tenho, só me abraça e deixa eu chorar. Se eu quiser falar alguma coisa, eu falo.


Cada caso é um caso, cada reação é uma reação. Mas eu ás vezes até esqueço que tô grávida. Sempre presenciei aquelas grávidas padrão, como seus enjoos e desejos. Não sei se é bom ou ruim, mas fugi dos padrões. E tomara que meu filho também fuja dos padrões dos bebês que eu já conheci e seja um anjo de candura!

sábado, 21 de julho de 2012

Bom dia, bom dia, bom dia!


E cá estou eu mais uma vez com pensamentos ranzinzas e inspiração explosiva. Eu sei que vocês já estão cansados de saber que eu to um porre e tão se perguntando quando as fadinhas do bom humor e alegria das grávidas vão tocar meu coração. Ok então. Sabe quando isso vai acontecer? Com sorte a hora que meus peitos pararem de doer, minha coluna voltar pro lugar de origem, eu parar de vomitar e conseguir dormir uma noite inteira sem ter que levantar pra ir ao banheiro. Até lá, boa sorte pra quem estiver por perto!

Tem um blog que eu leio (esse aqui) muito legal e me identifico demais com a autora. Tirei essas listinhas de respostas bem educadas de lá. E já to decorando todas pro caso de precisar de alguma.

1) Será que eu devo ter um bebê após os 35? Não, 35 crianças já são suficientes.

2) Meu bebê tem poucos dias de vida e tem aquela cara de joelho. Quando é que ele vai mudar? Com alguma sorte, depois que ele terminar a faculdade.

3) Qual é o método mais confiável para determinar o sexo do bebê? O parto.

4) Minha esposa está grávida de cinco meses e está tão temperamental que às vezes ela parece um ser irracional. E isso é uma pergunta? Enfim, acostume-se.

5) Minha doula diz que não vou sentir dor no parto e sim pressão. Ela está certa? Sim. Da mesma maneira que um tornado pode ser chamado de uma corrente de ar.

6) Quando é o melhor momento para tomar a epidural? Depois que você descobre que está grávida.

7) Há alguma razão para eu estar na sala de parto com a minha esposa? Não. Ao menos que a pensão alimentícia não signifique nada para você.

8 ) Existe alguma coisa que eu deveria evitar enquanto me recupero do parto? Sim. Ficar grávida.

9) Você acha que eu devo fazer chá de bebê? Espere ele nascer primeiro, depois pode ferver a água.

10) Nosso bebê nasceu semana passada. Quando minha mulher vai começar a se sentir e agir normalmente? Quando as crianças forem para a faculdade.

E tem também aqueles dias que você cansa de dar explicação pra quem não vale a pena, né?

É seu? SIM

Posso dar um pedacinho de chocolate? NÃO

Mas o bebê não está com frio? NÃO

Mas o bebê não está muito empacotado? NÃO

Mama no peito? SIM

É a cara do pai, né? NÃO

Dorme a noite inteira? NÃO

Que lindo né? SIM

Dá muito trabalho? SIM

Posso roubar ele pra mim? NÃO

Vocês vão continuar com o cachorro? SIM

É seu primeiro? SIM

Você quer mais filhos? SIM

Mas você fica sozinha com ele o dia inteiro? SIM

Ah, são namoradinhos! NÃO

Vai dar um trabalho quando crescer, né? NÃO

Ele já caiu alguma vez? NÃO

Qual é o nome? NÃO

Nossa, que diferente, por que vocês escolheram esse nome? NÃO

Tá com qual idade? NÃO

É menina ou menino? NÃO

Posso pegar ele no colo? NÃO

Ele tá de cocô? NÃO. peraí (snif! snif). SIM.

Melhor que isso só fingir que não ouviu e continuar andando.

Bom final de semana e se vocês quiserem manter o bom humor, não engravidem!


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu e meu mundinho particular

Marido pediu pra eu escrever sobre o mundo à parte das gestantes. Segundo ele, dede que eu me descobri grávida, vivo só no meu universo, com o note no colo, sempre no mesmo lugar do sofá, com os pés cobertos.
Não é bem assim... Tá; é assim sim. Mas posso explicar.
Eu sempre fui avoada e até meio egoísta. Há quem diga que eu sou desinteressada com as coisas. Na verdade, eu gosto de solidão. Gosto de ficar no meu canto, com os meus pensamentos, fazendo as minhas coisas, sem precisar conversar com ninguém. Ou justificar cada suspiro que eu dou.
Nunca tive muitos amigos quando criança.  Sempre brinquei sozinha: eu e as Barbies. Nem amigo imaginário tinha por que era preguiçosa de inventá-los. E cresci assim, arredia, independente, com dificuldades para fazer amigos e tudo o mais.
Ou seja: não é a gravidez que me deixa etérea. Eu sou assim. Sempre fui. Pessoas me entediam. Alias, acredito que a gravidez acentuou essa minha característica.
A verdade é que eu to tão feliz e de bem com a vida que me abstenho de certas pessoas, de certos comentários, de certas conversas que sei que serão sempre as mesmas. Quantas e quantas vezes não inventei uma cólica ou enjoo pra não sair de casa? Ou então disse “já tô chegando!” e tô bem linda em casa de pijama?
É minha gente... Eu tenho preguiça das pessoas. Eu não gosto de conversar, tenho dificuldades pra interagir e lá no fundinho da minha mente todo mundo é chato, bobo e sem graça.
Como a sociedade impõe que o ser humano normal deve manter um círculo social e vida em conjunto, eu tento. Me esforço bastante, juro que me esforço. Mas tem dias que a paciência tá incrivelmente mais curta. Aí o melhor que eu faço é ficar em casa, bem quietinha com os meus pensamentos.
Bom, agora o Marido vai ler e dizer “Quer dizer então que eu te entedio?”. Não, meu amor. Você não me entendia. Eu que sou estranha mesmo. Gosto de ficar quieta. Só você sentado ao meu lado me basta. E dê graças a Deus por isso. Já pensou se eu fosse uma bitolada em discutir a relação? Kkkkkkkkkkk
Se eu tenho dois ouvidos e uma boca, é pra ouvir mais, certo? Pra quê querer compensar isso falando (asneiras) pelos cotovelos?

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pergunta o que quer, ouve o que não quer

Sinceramente, tem certas perguntas que me irritam profundamente. E parece que a gravidez é uma benção tão grande, que para pra não ser tudo tão lindo Deus coloca umas provas no caminho para testar a paciência (e o nível de progesterona) da pobre gestante. Nessas horas, o melhor é entoar um mantra, fazer cara de alface e enfrentar.
No fim de semana passado fui à festinha de aniversário do filho de uma amiga. Coincidência ou não, parece que muitas das minhas colegas resolveram engravidar também. Eu até acho legal porquê como eu sou a mais recente, quando meu filho nascer vou ganhar as roupas de RN delas (néé, meninas??). Enfim, num lugar cheio de grávidas e mães já feitas, o assunto só podia ser barrigas, parto e bebês.
Lá pelas tantas, levantei e fui ao banheiro. Encontrei uma garota que eu até conhecia de vista, tínhamos alguns amigos em comum e tal. Ela me cumprimentou e já foi colocando a mão na minha barriga. MOÇA, EU NÃO GOSTO QUE COLOQUE A MÃO NA MINHA BARRIGA! Nem meu marido mexe muito por que sabe que eu não gosto. E ele é o único que eu acho que tem direito. Não é porque tem um nenem aqui que ela virou patrimônio público. Aí ela me disse que viu uma foto no meu facebook onde o amorzão se abaixava e beijava meu pancéps gravídico. Perguntou de quanto tempo eu estava.
Eu: Tô de nove semanas.
Ela: Nossa, tão pouquinho e sua barriga já tá enorme! Eu também tô grávida, tô de 4 semanas e não tenho nada. Porquê a sua já tá assim?
Eu: Porquê eu sou gorda. E você é tão magrela que parece que tem AIDS. Com sorte, com uns 8 meses apareça alguma coisa.
Aí quem fez cara de alface foi ela, enquanto eu saí pisando duro.
Não. Eu não fui grossa. Só respondi à altura a falta de noção da criatura ao falar que eu tava barriguda. Que eu me lembre não sou amiga dela, não sei nem o nome, ela chegou colocando a mão em mim e falando asneira. Foi muito mais que merecido!
Tem também aquelas que perguntam se eu já sei o que é. Olha, eu sei que é uma criança, já que só copulei com o marido. Até onde a ciência sabe, seres humanos geram seres humanos e mesmo que você for praticamente de zoofilia é impossível nascer algo meio gente, meio bicho. Os genes são diferentes, tornando inviável a fecundação entre as partes. Capicce?
Eu acho que grávidas exercem um certo fascínio nas pessoas, fazendo com que elas fiquem curiosas e queiram conversar, tirar dúvidas, fazer perguntas. Mas tome cuidado com o que vai falar. Grávidas são criaturas imprevisíveis. Você pode se deparar tanto com o Bem quanto com o Mal.
No meu caso, tô mais pra granada. Tiraram meu lacre e jogarem. Onde eu encosto faço estrago.
Pois é, tô num azedume danado.
E sem criatividade pra escrever hoje.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A flor da pele

Inicio esse post com uma frase da bonitinha Tati Bernardi: "Quando você menos espera, ele faz mais parte da sua vida do que você mesma.".Adoro as frases dela. Tão sofrida, tão forte, tão frágil, tão humana!
E pensando nessa frase, comecei a pensar no significado dela e adequá-lo à minha vida.
Quando eu menos esperei, conheci o Marido. Quando eu menos esperei, tava ali ansiosa pra chegar o fim de semana e já pensando na desculpa esfarrapada que eu usaria pra poder vê-lo. Quando eu menos esperei eu já tava totalmente envolvida, apaixonada aí ele me pediu em namoro, aí dois meses depois a gente tava morando junto aí dois meses depois eu engravidei e cá estamos agora. Só pra vocês entenderem, nossa história começou em outubro/2011, ou seja, nove meses até então. Acho que é um sinal!
Aí vem a notícia da gravidez, minha insanidade momentanea e, mais uma vez quando eu menos esperei, tô aqui, totalmente envolvida com a gestação e as delícias que são os enjoos, as mexidinhas (discretas por enquanto) e a luta por um nome masculino.
De 2007 à 2011 eu estava num outro relacionamento. Era uma pessoa muito legal, que me ensinou muito, me fez amadurecer e tudo o mais. Até hoje lembro dele com um enorme carinho e o mais sincero desejo de que tudo de melhor que possa acontecer com alguém, seja melhor ainda pra ele.
Foi uma fase muito legal. Nos divertimos muito, crescemos como pessoa, fizemos aquelas verdadeiras amizades pra toda e qualquer hora (Oi, Vany, Ched, Bléh, Gi! Um beijo pra vocês!) e adquirimos experiência pra vida inteira. Mas os ciclos se encerram. E quando dei por mim aquilo já não me satisfazia mais, precisava de novos rumos, novos ares. Queria dar uma guinada na minha vida. E meu ex namorado não quis me acompanhar na nova empreitada.
Ironia do destino (ou não), no dia que a gente terminou eu estava em casa chorando as pitangas e me lamenta qndo quando uma amiga da faculdade me chamou pra ir numa festa na casa de uns colegas da turma. Eu fui, bebi, me diverti; queria arrancar de mim tudo que estava doendo. Álias, não queria deixar nem doer. E foi lá que eu conheci o Marido. Na verdade, eu havia conhecido-o uns vinte dias antes na casa de uma amiga, mas não prestei muita atenção e trocamos poucas palavras.
Aí nessa noite que a gente se aproximou... e não nos largamos mais.
Abre parentêses - bom, na verdade nos largamos sim. Um tempo depois ele veio com uma conversinha fiada pro meu lado dizendo que não queria mais porque seria transferido pra outra cidade e não sei mais o quê. Mas nessa conversa, eu senti que ele tava era se envolvendo e morrendo de medo de quebrar a cara. Como eu sou fina, disse que tudo bem e que continuasse a amizade.  Mas a finesse acabou conforme a cerveja entrou porque daí eu já tava grudada no pescoço dele dizendo pra ele não ir embora. Patético, mas acho que foi ali que eu conquistei o coração do grandão - fecha parentêses.
Claro que o nosso "tempo" não durou nem uma semana, e desde então estamos aí, firmes e fortes, enfrentado tudo juntos. Temos nossas desavenças, lógico. Ás vezes me dá vontade de sufocá-lo com o travesseiro enquanto ele dorme, ás vezes eu sinto que ele se segura pra não me dar uns tapas. Mas é aí que tá a magia: a gente se ama de um jeito tão bom me faz acreditar que a história das metades da laranja é verdade. Minha metade tava por aí, mundo afora. E eu me sentia incompleta. Até que eu o encontrei, e hoje posso dizer com toda certeza o quanto sou feliz e realizada.
Cada dia que passa eu entendo um pouco mais a cabeça dele, os motivos do bico quando ele não fala, os gestos, sei o que ele vai fazer e o que vai pensar sobre alguma coisa. E sei me preparar pra cada uma dessas reações também (hehehe).
Cada conquista juntos é uma vitória. Aqui em casa é ele quem lava roupa. Diz que eu não levo jeito e eu também nem insisto muito. Quando a gente foi morar juntos, eram dois tanquinhos daqueles automáticos, sabe? Era um suplício. Coloca água, sabão, umas três peças de roupas por vez senão o negócio não funciona. Bate trinta vezes, tira, joga no tanque com água limpa, enxagua, joga amaciante, põe na centrífuga, estende, espera secar, recolhe. Era um Deus nos acuda toda vez de lavar roupa! A solução seria comprar uma máquina dessas faz tudo, mas a grana tava curta. Passou um tempo, conseguimos comprar a máquina, na época do dia das mães. Sabe quando uma criança ganha um brinquedo novo e não sabe o que faz primeiro? Pois é, esse foi o Marido o dia que a máquina chegou.
Como ele morava numa espécie de republica, os movéis e eletrodomésticos eram passados de moradores à moradores, ou seja, trocava o morador mas ele saia sem levar nada. Era tudo fixo da casa. No fim das contas a "república" acabou e como foram todos pra outras cidades, os itens maravilhosos e super modernos (como o tanquinho) ficou pro Marido. E a geladeira.... Ah, a geladeira! Era uma daquelas electrolux maravilhosas, marrom, toda enferrujada, sem a porta do congelador e cheirando a peixe. Mas a gente tava se virando com ela. Agora compramos uma bem linda, BRANCA (ai, que benção!), frost free, com as prateleiras de vidro. E ele ainda queria comprar uma tv de 42' junto; já que era pra se individar, que fosse com classe, né, amor? kkkk
E porquê eu tô contando tudo isso? Sei lá. Mas é como eu disse antes. Cada dia que eu passo com ele é único. E essas conquistas são melhores que final de copa do mundo pra mim.
E a maior vitória que a gente já teve, sem sombras de dúvida foi esse milagre que tá crescendo no meu ventre. Peço a Deus todo dia que venha alemãozinho e grandalhão, igual ao papai :) E de cabelo liso! haha
Obrigada, Marido! Por me fazer mais e mais feliz a cada dia que passa.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

As palpiteiras sem noção

É fato: Onde tem uma grávida, tem uma palpiteira. Alguém disposto a te ajudar, te orientar, completamente entendida no assunto. É incrível isso! Se eu soubesse antes, teria feito minha monografia em cima desse tema.
Outro fato: as palpiteiras sempre vão discordar de você, não importa o que você diga.
Se você fala que quer parto normal, lá vem elas dizendo que o tempo dos índios já passou, que não precisa mais sofrer, que você vai ficar com a perereca larga e seu marido vai te trair blá blá blá whyskas sachê. Mas se você diz que quer cesariana, aí surgem as defensoras ferrenhas do parto natural. Pra quê? Você nem imagina como é perigoso! É uma cirurgia, pode dar infecção, depois você fica debilitada enquanto seu filho tá ali precisando de você, não vai descer leite por causa da anestesia e outros milhares de argumentos que nem caberiam aqui.
Quando é a respeito da amamentação, aí parece que brotam palpites dos mais variados tipo. Se você escolhe amamentação exclusiva até o sexto mês, seu leite é fraco. Livre demanda? Não pode. Deixa o bebê mal acostumado. Vai começar com papinha antes dos seis meses? Você é louca! Quer matar seu filho de cólica? Vai usar complemento por que o PEDIATRA indicou? Ah, esses médicos não sabem de nada. Só querem ganhar dinheiro. Eu amamentei doze só no peito e tão aí, todos gordos e saudáveis.
Se vc resolve voltar a trabalhar, vc é cruel com o bebê. Se vc resolve se dedicar unica e inteiramente à maternidade, vc é folgada e coitado do marido.
É incrível! Chega a ser engraçado querer discutir com as palpiteiras. Não adianta argumentar, usar referências fiéis, respaldar, embasar com artigo científico da Scielo. Nada disso. Elas que estão certas sabe por quê? Porque elas têm experiência. Ah, dá licença mas experiência de c* é r*. Eu estudei durante quatro anos pra nada? E os estágios em obstetrícia, pediatria, saúde da mulher... Tudo em vão?
Como eu já disse em outro post, eu tenho uma cadela. O único problema é que ela não sabe que é cachorro. Em sua cabecinha linda ela é humana e não adianta tentar mudar isso. Ela dorme dentro de casa, tem um lado do sofá que é só dela (e ai da visita que chegar e sentar em seu lugar), pede pra ir ao banheiro se está presa dentro de casa, enfim, é um exemplo de menina bem educada.
Quando eu engravidei, lógico que as palpiteiras me disseram pra dar fim na Laila (!). HAHAHAHAHA! Sim, eu ri alto. Não vou me desfazer da primogênita por que vou ter um bebê humano. Ela já estava aqui antes dele. Claro, vou adaptar as coisas e também não vou deixar meu filho comer ração de cachorro. Mas os dois vão conviver juntos, sim senhor. Já tô preparando o terreno pra ela ir se adaptando e não sofrer com ciúmes. Inclusive o quarto que será do bebê é o qual ela gosta de fazer de banheiro quando não tem ninguém em casa e ela tá sozinha. Mas já tô mostrando outras alternativas.
Esses dias caí na besteira de comentar com uma palpiteira que tenho vontade de usar fraldas ecológicas. Por uma questão de economia, sustentabilidade e porque são liiiiiiindas também (aqui tem os modelos, são ou não são uma fofura?). Como a palpiteira tinha muita experiência no assunto, me disse que dá muito trabalho, que pode dar alergia, que eu não vou ter saco de ficar lavando fralda no tanque, que hoje em dias as coisas são mais modernas e por aí vai. Oi? Que hora eu pedi sua opinião mesmo? Baseado em que você está me falando isso, sendo que nem filhos tem?
Particularmente, eu não gosto muito de galinha pintadinha, peixonauta, backyardigans e esses desenhinhos super atuais que servem mais para descanço dos pais do que para desenvolvimento intelectual da criança. Patati Patata então nem me fale. Pra mim, esses palhaços são coisa de satanás, só pode. No que depender de mim, meu filho vai gostar de livros, música de boa qualidade, coisas pra pintar, rabiscar, blocos de montar... Quero estimular a pensar, e não deixar um dvd pirata aliená-lo só pra me dar descanço. E digo isso por que foi exatamente o que eu ouvi das palpiteiras: "Você nem imagina como é confortante quando eles fica horas assistindo Patati Patata!". Só se for confortante pra você, minha filha. Confortante pra mim é ver meu rebento animado, brincando, se sujando e comendo terra. Aí ele cria resistência, anti-corpos, independência e, com sorte, quando adolescente, saberá utilizar as redes sociais ao invés de ficar postando "Cansei de correr atrás!" ou "Vaaaai, Curintchá!". Não estou dizendo que ele nunca vai ver tv na vida. Eu sei que vai ter hora que eu vou querer dar um calmante pro pestinha. Mas acho um absurdo ter que concordar que deixar o bichinho vendo desenho pra dar descanço é uma boa opção.
Aí vem a palpiteira que leu esse post e diz que eu vou ver só a hora que meu filho nascer, que é tudo completamente diferente do que eu estou pensando. Também não estou pregando a minha verdade. Pode ser que depois do nascimento eu perceba que meus conceitos não tem nada a ver com a paçoca e que eu tô viajando. Mas por enquanto é o que eu penso. E só mudo de idéia se nada der certo mesmo. Tenho que ver pra crer! :)
As palpiteiras também tem uma ar de tragédia, contando todas as monstruosidades que acontecem no mundo com bebês e gestantes. Contam da filha da tia da vizinha que caiu de barriga no chão perto de ganhar e sofreu aborto. Contam da prima do sobrinho da avó que foi trocada na maternidade e só descobriu quinze anos depois. Contam do pai do amiguinho do irmão do dono da padaria que descobriu que o próprio tio abusava da criança, que ficou depressiva depois que começou a sofrer bullyng na escola e se matou com uma faca de serrinha.
Depois elas se tocam e soltam: "Claro que isso nunca vai acontecer com você, né? Imagina... Uma família boa dessa, vai ser muito bem criado." Vai sim, obrigada. E sai de perto de mim, funérea. Não sou espiga de milho pra ter corvo me rodeando.
Eu vou ouvir muitos outros absurdos ainda, cada vez que eu abrir a boca pra falar algo sobre minha gravidez. Mas aprendi duas coisas já: a primeira é que eu posso explodir e soltar os cachorros. Depois peço desculpas e falo que são as oscilações hormonais que me deixam fora da casinha. E a outra é abstrair. Ouço só o que me interessa, de quem me interessa, de quem tem valor pra mim. E o resto? Ah... eu finjo que escuto com a cara mais interessada do mundo, enquanto canto o hino nacional com a mente.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Como escolher o nome

Ah... a escolha do nome!
Todas nós mulheres almejamos por esse momento. Quem nunca colocou nome nas Barbies, nos amigos invisíveis; ou inventou nome pra si própria nas brincadeiras?
Comigo não foi diferente. Todas as minhas Barbies se chamavam Tiffany. Tive uma cadela que se chamava Mel, um cachoro que se chamava Ataúlfo e um outro que se chamava Fritz.
Dá pra perceber que eu nunca fui muito afoita à nomes tradicionais.
E os Maria's da vida? Maria Eduarda, Maria Luísa, Maria, Maria, Maria!!
Argh... Tenho pavor! É bonitinho... No filho dos outros!
Enzo, Pietro e o (mal)bendito Gabriel!
Quem nomeia seu filho como Gabriel deveria levar de brinde um estoque de extintor pro resto da vida. Gabriéis são terribleeeeees. Além do mais, daqui há alguns anos haverá uma população a parte no mundo, só de pessoas que possuem esses nomes.
Um pouco antes de engravidar, acho que inconscientemente, comecei a pensar em qual nome daria pro meu filho e fiz até uma listinha. O que encabeçava a lista dos femininos era Lívia.
Quando eu tinhas uns 12 anos e estava na quinta ou sexta série, tinha uma garota da oitava que era o sonho das invejosas. Ela era linda, ruiva, com corpo de mulher já, no alto dos seus máximos 14 anos.
Vivia na turminha de estrelas que comandava a escola, os populares. Já tinha um namorado sério, que levava em casa e tudo, um pouco mais velho do que ela, morava numa casa top de linha no bairro. E era cercada de amigos e amigas, todos bonitos e felizes como ela. A menina era uma popstar de fazer inveja às cheseeleaders americanas.
Como eu sempre fui o pato feio, admirava aquela turma e daria tudo pra fazer parte dela. Mas ficava abestalhada principalmente com ela: a Lívia.
Acho que no fundo guardava a imagem daquela menina na minha mente e queria toda aquela famosidade pra minha filha também. Como a gente fantasia as coisas quando aborrecentes, né? Haha!
Na minha lista, além de Lívia, tinha Manoela, Eloísa, Aurora, Esther... Todos os nomes que na concepção do marido eram nomes de velha. Então, já era Lívia.
Mas como eu disse antes, nomes comuns não são do meu agrado. Queria um nome que soasse forte e fora do senso comum.
 Uma vez o amorzão aventureiro fez um mochilão pela América do Sul. Visitou Bolívia e Peru, mais precisamente, foi pra Macchu Picchu. Tava estressadão por aqui, passando por alguns problemas e foi respirar novos ares; meio que uma viagem espiritual, buscando respostas e essa coisa toda de Quem eu sou, Porque eu vim, Pra onde eu vou.
Como ele tb é meio no sense diferentão pra nomes, queria algo relacionado com os lugares que visitou, pois logo após o mochilão foi que a gente se conheceu e a vida dele mudou e as coisas melhoraram (viu como eu sou foda?).
Aí a gente pesquisou uns nomes no dialeto quechua (acho que é assim que se escreve), que é o predominante daqueles lados. Olha, por mais louca que a pessoa seja, acho que nomear seu filho como Ayar não é lá uma boa opção. Só pra constar: esse nome significa quinua selvagem. E eu não faço a mínima idéia do que seja uma quinua. Pensei que na região dos Andes Centrais só existissem lhamas.
Enfim, escolhemos Isadora para menina. Significa presente da lua. E foi da lua mesmo pq a gente nunca brincava de fazer filho durante o dia hehehe.
Juntou a força que eu queria, não é senso comum e o marido gostou.
Agora estamos na luta por um nome masculino. Logo que nos descobrimos grávidos, ele me solta: "Amor, o que você acha de Ashton?". Juro que eu quis morrer de catapora naquele momento.
Eu não entendo porque pobre tem mania de inventar nomes estrambólicos ou alterar totalmente a grafia de alguns. Emanuele vira Emmanuelly-Emanuelie e por aí a fora. Felipe vira Phelliphe-Felliphe e não sei mais o que.
Ou então a pessoa coloca um nome meio americanizado, de preferência composto e difícil de escrever: Sthephannie Gabrielly oO
Mamães POR FAVOOOR!!! Pensem que seus filhos terão que aprender a escrever o próprio nome. E imagina que chato, quando adultos, ter que ficar soletrando pro atendente de call banking.Menos é mais, e em questão de nome acho que esse conceito se encaixa perfeitamente.
Na minha lista de nomes masculinos tinha Arthur (uma colega de trabalho minh está grávida e já escolheu esse nome), Armand (marido não gostou), Miguel (marido disse que tem um amigo com esse nome e não é uma boa referência), Lorenzo (marido tem parente com esse nome), Fabricio (marido não gostou) e André (marido também não gostou).
Aí vocês pensam: "Porra, marido! Você sugere ASHTON mas não gosta de ARMAND?". Pois é, também não entendo.
Aí eu quis Antônio Bento.
Antônio Bento é o nome do filho do jornalista Paulo Pimenta, autor do blog Paiciência. Aquele menino é tão lindo, simpático e fofo que até se o nome dele fosse Jonisval seria lindo! Claro que vieram as piadas dazamigas: Tonico, Tonho, Chico Bento.
Tá. Antonio Bento não.
O único nome que mais ou menos foi de comum acordo entra as partes foi Benjamin. Segue-se o diálogo:
Marido: O que significa isso?
Eu: É hebraico, significa filho da minha mão direita.
Marido: Pq direita? E se eu for canhoto?
Eu: Mas você não é. Na verdade é uma alusão aos caminhos retos e perfeitos do Senhor.
Marido: ... (cara de paisagem)
Ok, a gente não entra em acordo. E eu parei um pouco de pensar nisso.
Só vou pedir uma coisa na hora do parto: Mãe, pega a DNV e esconde até a hora que eu puder ir no cartório junto, senão periga seu genro registrar meu filho lindo sem mim e colocar Ashton mesmo.

terça-feira, 10 de julho de 2012

As maravilhas da Gestação

Antes de engravidar eu imaginava a gestação como algo divino e celestial. Encarava as gestantes como anjos celestiais, envoltos numa aura da mais pura pureza (redundância: a gente vê por aqui).
Ficava me imaginando com aquele barrigão, aquele olhar brilhante, pele reluzente, cabelos sedosos... E todo mundo me paparicando!
Até que eu engravidei. E, pelo menos por enquanto, não ouvi trombetas dos tais anjos celestiais.
Explico-me:
Eu sempre fui, digamos assim, gorda grande. Barriga nunca foi novidade pra mim. E antes de descobrir eu tava num regime lascado, a base de anfetaminas, daqueles beeeem saudáveis- AHAM!- e indicados pelos nutricionistas. E até que emagreci, uns dois ou três quilos.
Aí um belo dia minha primogênita (Laila, 06 meses, espécie canina, cocker spaniel inglês) ficou doente. E numa das idas ao veterinário, passei com o marido numa fármacia muito indicada por um casal de amigos nosso. Como eles quase nunca desconfiavam que estavam grávidos, acharam essa fármacia que vendia testes de gravidez a um preço irrisório. Falei pro marido pra gente comprar, pq eu não tava tomando anticoncepcional e vai que, né?
Compramos, cheguei em casa fiz o bendito e em menos de cinco milésimos de segundos estavam lá: duas tirinhas rosas!
Só que o caraio do teste era tão, mas tão baratinho que até se meu marido mijasse ia dar positivo.
De qualquer forma, foi aquela choradeira e emoção, faltou chão, ar, liguei pra minha mãe na hora e tudo que manda o protocolo.
Fui trabalhar, fiz o exame de sangue e tava lá o resultado. Confirmadíssimo. Mais positivo impossível. Mais grávida do que nunca.
A hora que eu vi que a coisa era séria mesmo, tocou Meu Mundo Caiu (Maysa) na rádio Mariana FM.
Pois é. Eu não fiquei feliz.
Pensei em tudo que eu ainda teria pela frente, pensei na faculdade, nos estágios, no TCC, na formatura. Pensei na (ins)estabilidade financeira que a gente ainda estava tentando conquistar. Pensei que mal curti a vidinha de recém casada, pois casei em fevereiro e engravidei em maio. Pensei que eu nunca mais ia poder viajar de onibus com o marido e dar uns amassos no último banco (nunca fiz isso, justamente a causa do pensamento). E pra ferrar de vez a desgramada da cachorra tinha piorado e eu tava extremamente preocupada com ela.
Me fechei dentro de mim mesma. Fiquei irritada, chateada e não entendia bem o porquê. Ao mesmo tempo, ficava com um remorso lascado por não estar feliz (ah, a culpa que nasce com toda mãe!).
E quem levou todos os coices possíveis e imagináveis??? Sim, o marido.
Ele, que demonstrava estar feliz em todos os momentos. Ele, que tentava me agradar em tempo integral. Eu tinha que descontar em alguém esse misto de emoções.
Foram em média uns vinte dias de inferno astral. Eu não costumo desabafar, muito menos pra ele, sou fechadona. E isso atrapalhou ainda mais as coisas porque eu não conversava, ele não entendia nada, e eu passava os dias agindo como uma vaca louca.
Não sei dizer bem em qual momento o espírito borderline deixou meu corpo, mas agora eu entendo que por pior que possa ter sido, foi a forma que eu encontrei de reagir a notícia. Entrei em pânico, não conseguia me abrir com ninguém e fui sufocando tudo que minha garganta queria gritar aos quatro ventos.
Eu penso que, salvo em situações de mulheres que tentam engravidar por anos e blá blá blá, quando você descobre que está grávida é um baque muito grande. E atire a primeira pedra a mãe que não ficou meio paranóica com a nova condição.
Hoje eu me sinto extremamente feliz. Curto cada minuto, cada mal estar, cada espinha que sai na minha cara e cada peido que eu solto (sim, eu aprendi que grávidas peidam pra caramba.).
Eu e o marido já escolhemos nome para menina, brigamos por causa do nome de menino, fazemos planos e estamos até engordando juntos.
E que conclusão eu tirei de tudo isso? Nenhuma.
Apenas que eu não vou ser uma grávida reluzente porque minha pele tá feia e meu cabelo nunca esteve tão ruim.


              nunca R$4,00 fizeram tanta diferença na minha vida...


segunda-feira, 9 de julho de 2012

E começou assim...

Um dia (mais precisamente ontem) eu postei um textinho no meu perfil do Facebook direcionado ao meu filho. Estava inspirada e numa daquelas crises hormonais gravídicas (leia-se emocinada e chorando), enquanto o marido fazia almoço por que eu estava com preguiça de cozinhar não tava podendo com cheiro de nada.
E a repercussão foi boa. As pessoas curtiram, comentaram, compartilharam e elogiaram, falaram pra eu criar um blog por que eu escrevo bem. Meu pai disse pra eu escrever um livro (menos, pai).
Enfim, resolvi seguir o palpite alheio pra tentar aliviar a ansiedade que é gerar uma criança e toda a responsabilidade que isso acarreta.
Virão dias que eu estarei doce e simpática; virão dias que eu estarei ácida e amarga, como se isso fosse possível; tudo para tentar expressar as maravilhosas emoções gestacionais.
Sejam bem vindos ao meu humilde diário virtual. :)