quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Como a Fenix que ressurge das cinzas...



...cá estou eu novamente! Não, eu não morri. Mas estou extremamente sem tempo pra qualquer coisa.
Paro com as minhas atividades dia 17 dezembro e até lá to trabalhando dobrado. Minha banca da monografia é mais ou menos nessa data também. Então imaginem como eu ando com a cabeça.
No alto das passadas 25 semanas de gestação, muitas coisas mudaram, a começar pelo meu humor. Agora eu sou eu mesma de novo, para nooooooooossa alegria. A fase demente passou. Tô mais apegada com Marido do que nunca (mesmo ele reclamando que eu sou avoada e não dou a devida atenção que ele merece).
Só que como eu voltei a ser gente, lógico que algo tinha que vir pra compensar a boa fase, né? Azia, azia, azia. Parece que tem ácido sulfúrico no meu estomago... Aí ele extravasa pro esôfago, me dá náusea e invariavelmente sai pela boca.  Tenho que ter cuidado redobrado com o que como, quanto como e de quanto em quanto tempo pra tentar evitar o desconforto. Não tem nada muito certo, mas estou tentando.
Semana passada me rendi a auricoloterapia. É uma técnica de acupuntura, só que os pontos estimulados são somente os da orelha. Implantei na quinta passada e tirei terça-feira (ontem). Enquanto eu estava com as agulhinhas na orelha, parece que tiraram minha azia e dores nas costas com as mãos. Hoje, começou tudo de novo. Nunca fui muito crente dessas técnicas, mas agora to precisando urgentemente de uma fisioterapeuta amiga disposta a acabar com o meu sofrimento por um precinho bem bacana.
Minha barriga quadruplicou. Tô disforme. Esses dias vesti uma camiseta branca com um colete preto por cima e quase chorei a hora que me vi no espelho. Tava igualzinha o Pinguim do Batman, só que um pouco pior. Em razão disso, não enxergo mais minha coleguinha (muito menos o Marido). Como eu não enxergo e também não estou usando, nem imagino como deve estar a situação na região sul do meu corpo.
Mas agora to aproveitando as partes boas em ser barriguda. Aonde eu vou surgem lugares para sentar, não enfrento filas e sou poupada em algumas situações. E que atire a primeira pedra a grávida que nunca tirou um proveitinho da situação.
Também troquei de obstetra, desisti do parto normal, fiz algumas ecografias e minha filhota parece um feto de elefante: grande demais, gorda demais, linda demais. Sim, é uma menina. Quase surtei no inicio. Agora já não me imagino mais mãe de menino. Tudo o que eu olho é de florzinha, fadinha, frufruzinho e afins.
Com o crescimento da barriga a percepção muda. Parece que cada dia que passa é mais palpável a percepção da maternidade. Cada pontapé que a Isadora me dá é um lembrete. “Olha, mamãe. Se agiliza aí que eu to quase chegando e quero tudo pronto.” Como eu sou indecisa por natureza e só funciono sob grande pressão, finalmente decidi qual quarto da casa será destinado a ela, que não quero cama auxiliar e só o berço, cômoda e guarda-roupas. Decidi que a decoração será provençal, com flores onde for possível e que o kit de berço será bordado com brasão e o nome dela. Ainda estou indecisa sobre o papel de parede, mas logo eu resolvo. Já é um grande avanço eu ter decidido o tema do quarto.
Também a medida que a barriga cresce, aumenta a ansiedade. Ansiedade quando ela passa muito tempo sem mexer, ansiedade pela próxima ecografia e ansiedade principalmente para que chegue o dia do nascimento. Fico imaginando como vai ser o rostinho e tomara deus que ela saia com o nariz do pai.
Como resumir a fase em que eu me encontro agora? De plenitude. Nunca imaginei que eu pudesse estar tão bem e feliz.  Pensei que a troglodita de uns meses atrás nunca mais fosse embora. A humanidade agradece.
Daqui uns dias eu posto uma foto diretamente intra-útero pra vocês verem como ela é linda, mesmo em preto e branco. E prometo que não estarei mais tão ausente assim.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pensando bem...

Depois que eu fiquei grávida, fiquei mais reflexiva (a medida que a lentidão permite).
Coisas que antes não tinham importancia pra mim, hoje têm e muita. Acho que as lamparinas do juízo finalmente se acenderam dentro da minha cabeça.
Não sei se com todas é assim, mas hoje eu dou valor ao que realmente importa. Em contrapartida, ás vezes algo que não merece tanta atenção assim me perturba profundamente. Aí eu choro, faço drama, fico chateada. E esqueço. Pra depois continuar tudo de novo com alguma outra coisa.
Mas sabe do que mais eu sinto falta? Dos meus amigos. Não dos meus colegas, que tão por aí sempre. Mas dos meus amigos. Só que é uma saudade saúdavel. Pq sei que as causas do afastamento foram naturais. Pq ciclos se encerram, mas o que é bom permanece pra sempre. Mas mesmo sendo assim, quando converso com alguns deles é como se a gente nunca tivesse ficado por tanto tempo longe.
Esse ano foi de grandes mudanças pra mim. Tudo que eu pedi pra Deus, Ele me deu em dobro. E só tenho a agradecer. A minha vida inteira eu vou lembrar que 2012 foi o ano divisor de águas. Perdi algumas batalhas, ganhei inúmeras outras, mas tenho certeza absoluta que tudo que aconteceu (e vem acontecendo até então), são as mãos do papai do céu agindo.
Ás vezes eu me sinto sozinha, mesmo cercada de gente. E tenho que contar até o infinito pra me acalmar. Mas repito o que eu disse antes: o que é bom permanece. E tudo pode ser apenas e simplesmente uma resposta à oração "Livrai-me de todo o mal. Amém."

sábado, 25 de agosto de 2012

Mentiras que as mães contam



No meu caso, que minha avó me contou, pois fui criada com ela. Mas quem de nós não tem traumas obscuros escondidos no fundo da alma? Traumas esses decorrentes das verdades infundadas que mamãe nos contava a fim de conseguir alguma paz.
A primeira que eu me lembro e que me perturba até hoje é a história do chinelo virado. Até hoje se eu vejo um chinelo virado me dá um faniquito de perturbação que não passa até eu desvirar o bendito.  Acho que desenvolvi TOC nesse quesito. Não importa se eu to na casa de alguém, ou numa loja de calçados, ou num restaurante daqueles orientais que só pode entrar descalço. Se tem chinelo virado, eu PRECISO desvira-lo. E qual era a mentira que me foi contada? A de que se o chinelo ficasse virado, a mãe morria.
Pensando hoje, qual a relação de um chinelo virado e morte da mãe de alguém? Ah, criança ingênua! Não percebeu que era só desculpa da mamãe para que você mantivesse as coisas organizadas?
Enfim, essa mentira me marcou profundamente. E até hoje eu salvo pobres mães pré destinadas a morrer porque alguém se descuidou e deixou o chinelo virado.
Algo que eu gostava muito na minha infância era uma mistura de gelo moído com groselha, popularmente conhecido como raspadinha (nos dias de hoje são os famosos Frozen. Mudaram a nomenclatura devido ao significado pejorativo que as crianças do mal atribuiriam ao nome). Custava tipo uns 0,25 cents de cruzeiro na época (!) e eu era doente por aquele negócio. Então eu tentava fazer igual em casa, raspando o gelo que se forma no congelador e misturando leite condensado, Nescau e qualquer coisa que eu achasse que ficaria bom. Aí vovó me falava que aquele gelo era tóxico, formado por gases da geladeira e que eu se eu continuasse comendo ia morrer envenenada. Lógico que funcionou. Nunca mais nem respirei quando abriam a porta do congelador. E até hoje suspeito um pouco daquele gelo mutante que se forma do dia pra noite. Depois eu descobri que não, não era verdade.  O gelo formado nas paredes do congelador consiste exclusivamente do congelamento do vapor de água que sempre esteve no ar. Assim, a menos que a geladeira seja realmente muito potente, não há o risco de ter congelado outra coisa junta, como nitrogênio. O gelo da lateral, aliás, deve ser até mais limpo do que o fabricado nas formas, já que invariavelmente a gente faz isso com água da torneira.
E o monstro da congestão? Ninguém nunca soube bem o que era isso nem nunca voltou pra contar, mas pelo nome era algo horrível e triste. Tão horrível e triste que quando era dia de praia/piscina, a hora de comer era considerada mais ou menos como o Apartheid. Melhor coisa a se fazer era não sair da água pra comer por nada no mundo. Ficar o dia todo de molho até os dedos enrugarem e a pele das costas e do nariz descascar era a solução mais óbvia. Mas a mães cruéis não queriam nem saber disso e nos obrigavam a comer (pra não morrer por inanição) e, pior ainda, ficar umas três horas esperando a comida “abaixar” pra só depois poder voltar pra água.
Pra mim esse mito até que não é de todo mentira. Depois de comer, o estomago precisa de uma quantidade maior de sangue para realizar a digestão, e consequentemente mais energia para esse trabalho. Se a pessoa faz esforço nessa hora, o sangue e a energia que deveriam ser enviados pro sistema digestório são gastos, o que prejudica todo o processo. E como criança na água quase não faz farra, não é incomum que as corujas preocupadas queiram proteger seus rebentos. Dificilmente alguém morre de congestão, mas se tratando de seres que acham que são o Cesar Cielo, todo cuidado é pouco. Quando o meu nascer, acho que vou agir da mesma forma e fazê-lo esperar incríveis 3 horas até poder voltar a brincar.
São tantas conversinhas, desculpinhas e mentirinhas que me pergunto quais as que eu vou usar aqui em casa. Porque, né? As mentiras da mamãe fazem parte da criação de qualquer criança saúdavel. =D

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Chilique de grávida

Eu sempre fui paciente, ponderada, dificilmente erguia a voz pra alguma coisa ou arrumava briga. Sim, eu já fui uma pessoa muiiiito calma. Pra quê arrumar briga, discutir, questionar? Acreditava nas minhas verdades e isso me bastava. O resto que se dane.
Só que agora eu ando percebendo que tô um pouco chiliquenta.
Antes mesmo de descobrir eu andava meio ansiosa demais, irritada demais, debochada demais. E sem paciência pra gente folgada.
Nessa época, o que começou a me irritar foi que minha casa tinha virado QG dos meus amigos. Todo final de semana a gente se reunia em algum lugar e nos últimos, era sempre na minha casa. Aí eu ficava puta pq lá pelas tantas da madrugada todo mundo ia pro conforto de suas casas limpas e eu ficava com a minha virada do avesso, com lata de cerveja pra td qnto é lado, copos espalhados (alguns até quebrados), bituca de cigarro e etc. Tirando que em toda reunião sempre tem um engraçadinho que fica brincando com rótulos de garrafa. Já perceberam?? Rasga o rótulo inteiro. Aí fica papelzinho picado em todos os cantos.
Outra coisa que me irritava também é que eles vinham para cá e ficavam implicando com a Laila. "Saí daqui, cachorro!" (é cachorra), "Aí, ela fica me lambendo/pulando/encostando em mim!" (óbvio, ela é um cão), "Credo, que fedida!" (ela cheira como todos os da espécie canina) e por aí vai. Aí eu dizia "Amigo lindo, ela mora aqui. Quem é visita é você. Sinto muito." E saía como a grossa, sempre.
Tentava cortar as festinhas, mas meus amigos são folgados mesmo. Com o tempo diminuiu. E hoje em dia só vem quem eu realmente faço questão. Parece que quando a gente vira pai/mãe só sobram os verdadeiros mesmo.
Normalmente os chiliques também acontecem quando a casa tá numa situação que não dá mais pra fechar os olhos e segurar a respiração. Não tem outro jeito, preciso limpar. Eu posso acordar vomitando arco-íris de tanto bom humor. Mas aí eu vejo a casa suja e o tempo fecha. Odeio limpar a casa. Odeio lavar a louça. Odeio serviço doméstico. Odeio, odeio, odeio! Não nasci com o dom natural de ser uma boa dona de casa. Quando casei dei graças a deus que ninguém mais ia ficar me perturbando pra arrumar o quarto ou coisa parecida. Mas descobri que a porcaria da sujeira não se limpa sozinha e me vejo cobrando de mim mesma.
E onde eu moro parece que tem uma terra vermelha que pensei que só existesse na Nova Guiné. A cachorra sai no jardim e quando volta pra dentro (imunda), faz questão de se chacoalhar e se esfregar no sofá, ou no tapete, ou em qualquer lugar que ela possa se limpar. E a desgramada não pode me ver com uma vassoura ou um rodo na mão que acha que os utensílios estão brincando de pega-pega com ela.
Marido até me ajuda nessas horas. Mas não adianta. Esse tipo de tarefa tem que ser executada pela Amélia Mãe, pois corre o risco de não ser tão bem executada por ele e desencadear mais um tsunami de chilique.
E depois que a casa tá limpa, cheirando a produto de limpeza (e não a bufa de cachorro) e minha lombar tá cheia de nós, a Dona Neura vai embora. Só que aí eu começo a implicar com cada micróbio que entra porta adentro sem limpar os pés. E eu não tô nem aí se é o Luciano Huck que veio gravar Lar doce lar na minha casa, se não limpar os pés ou entrar descalço vai gravar programa na casa do baralho.
Essa semana percebi que um colega de trabalho meu não anda mais falando comigo. E é um dos mais próximos, sempre nos demos bem, somos amigos fora do expediente também. Só que ele andava meio seco, só respondia o que eu perguntava (e olhe lá) e nunca mais me pediu ajuda com nada. E ele sempre pedia, porque a gente dava uma enrolada no serviço e ficava batendo altos papos (que minha chefe não leia o blog, por favor!). Aì ontem mandei a real pra ele. Perguntei porque ele estava arredio, não falava mais comigo, se eu tinha feito alguma coisa. Ele me olhou meio desconfiado, com os olhos apertados... E perguntou se eu realmente queria saber e se eu estava de bom humor. Resumindo: ele disse que eu tô ensandecida, que nunca sabe o que falar, que ele tem a sensação de pisar em ovos sempre que eu tô por perto. Que eu tô estúpida e não sou mais a mesma de antes.
Peralá! Eu?? Mas eu sou tão legal. Você que é um folgado que não pode fazer nada sozinho e fica nas costas dos outros e blá blá blá. Aí eu percebi que realmente eu tenho passado um pouco da medida e me desculpei. Ninguém tem culpa se eu tô formando um sistema nervoso inteiro e complexo dentro do meu útero. Tenho que me controlar. Tenho que me controlar. Tenho que me controlar. E tenho que repetir esse mantra na cabeça o dia inteiro, e depois a noite a hora que chego em casa.
A gravidez é linda, agradável, sublime só que não. E o preço a se pagar é alto também. Você perde alguns amigos, se aproxima mais ainda de outros, passa a ter uma visão diferente das coisas. E tomara que eu não leve uma pancada na cabeça e acorde gostando de Justin Bieber porque é só o que tá faltando acontecer mesmo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Dia da gestante

Olha eu aqui atrasada mais uma vez. Ontem foi dia da gestante e como eu não postei nada vou deixar um videozinho pra vocês chorarem em bicas (hahaha como eu sou má!)
Feliz dia das pançudinhas pra todas nós :)


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pais grávidos, pais feitos

Bom dia, pessoas lindas!!! Me desculpem pela ausência. Ando meio sem inspiração pra escrever.
Aproveitando o mês dos pais, estive pensando em algo pra postar que atingisse eles, os machos alfas portadores de testículos. Normalmente quando a gente engravida, os pais ficam meio esquecidos no decorrer dos nove meses. E depois que nasce também. As visitas são pra mulher e pro bebê, as felicitações idem, ou presentinhos e tal. Mas apalpar as bolas do papai e dizer "Parabéns! Você fez um bom trabalho!" ninguém quer, né?
Começando por dentro de casa, o que podemos fazer pra inserir o pai no cotidiano maternal/gestacional? Não dá pra resumir a participação dele apenas na hora de buscar fraldas (ou no meu caso, na hora de segurar minha cabeça no vaso) e pagar as contas.
Bom, vou falar sobre o que venho vivendo até então. Pra começo de conversa: grávidas, se controlem. Eu sei que as bombas hormonais que nos afetam são mais potentes que as que atingiram Hiroshima. Mas a cidade se reconstroe. Seu relacionamento, dependendo do nível da sua loucura, pode ter as estruturas abaladas permanentemente. É extremamente dificil manter a sanidade no início mas SE CONTROLEM. Ou vocês acham que eles também não sofrem com o tsunami de responsabilidade que acaba de cair na cabeça deles?
Quando você pega o positivo na mão é um baque muito grande. E a primeira coisa que eles pensam é se fizeram parte de todo esse acontecimento. Todos os pais que eu conheço relatam que a primeira coisa que pensaram foi se o filho é mesmo deles. Pro macho alfa, é algo tão grandioso que o instinto lhes diz que não tiveram nada a ver com isso. É aquela coisa: já viu meninos quando correm da responsabilidade? Mais ou menos por aí. Quando foi comigo a primeira coisa que eu ouvi do Marido foi: "Esse filho é meu?". Eu quis dar na cara dele e até fiquei chateada uns dias, mas acho que até entendo porque. Nós não temos como desconfiar desse fato, mas se você acusada de algo que acarretasse em grandes acontecimentos (sejam bons ou ruins), meio que por questão de sobrevivênvia provavelmente negaria que tem algo a ver com o fato. Puro instinto.
Aí chegam as consultas de pré-natal. Tem pai que gosta de ir, tem pai que não curte muito. Se no seu caso o progenitor vai sem problemas, você é uma grávida muito sortuda. Deixe-o o participar, perguntar, falar pro médico que voce tá meio louca e chorar na hora de escutar os batimentos do bebê. Eu sei, a gente morre de vergonha. Mas pro médico é só mais um no meio de muitos. Assim que você sair do consultório, ele nem vai lembrar mais (até a próxima consulta). Provavelmente esse pai vai querer por toda lei assistir o parto. Então vá preparando-o para que na hora do nascimento a equipe não tenha que fazer seu filho esperar mais um pouco pra acudir o pai que desmaiou. Quer uma dica? Coloca vídeo de parto no youtube pro papaizão ver, tanto de cesarea quanto de parto normal. (Esse aqui é super educativo, eles vão adorar! Esse é pros naturalistas e o meu preferido também. E esse foi o que eu mostrei aqui em casa hehehehe). Se ele aguentar assistir todos até o final quietinho pode deixar assistir o parto. Na verdade vou lhes contar um segredinho: fazê-los assistir os vídeos é só de sacanagem. Na hora mesmo eles ficam na cabeceira da cama e tem inúmeros campos esterilizados (panos) que impedem que se consiga enxergar o buraco por onde tá saindo o baby (seja parto normal ou cesarea). Ou seja, ele não ver nada de bizarro, mesmo porque a equipe que vai estar na sala não deixa pra evitar catastrofes/traumas.
Eu não sei se algum pai grávido lê o blog, mas eu também tenho umas dica pras eles: Paizão, seja compreensivo com sua mulher. Dá uma mãozinha nos serviços domésticos, seja mais carinhoso, surpreenda-a com coisinhas simples (tipo um pote de sorvete). Provavelmente você vai atravessar um deserto sexual também. Não arrume uma amante, não saia de casa, não faça nada. Vai passar mais rápido do que você imagina. Quando ela estiver chorando, não pergunte o porquê. Ela também não sabe. Abraçe-a e deixe chorar. Se ela estiver num ataque de nervos falando todos os palavrões possíveis e até os desconhecidos, deixe ela xingar. Não responda nada. De preferencia, vai saindo de fininho pro jardim e se ela perguntar porque você a deixou falando sozinha diga que deu uma vontade incontrolável de cortar a grama. Mulher grávida é igual cachorro bravo. É só saber domesticá-la que ela abana o rabinho.
E com vocês, leitoras, como os maridos estão lidando com a nova situação??
Feliz dia dos pais para todos aqueles presentes, ausentes e para as mães guerreiras que são pais também.



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Cadê sexo?



A pergunta que não quer calar. Onde foi parar todo o fogo e safadeza que habitavam minha pessoa?
Quando conheci o Marido, acho que o que nos juntou mesmo e fez a gente se apaixonar foi a cama.  É... Tô meio que com vergonha de falar sobre isso, mas é verdade. A gente nem tinha muito assunto um com o outro pra falar que foi o papo em comum (ou o olhar, ou a beleza ou sei lá o quê). O que selou nossa união foi a química mesmo ou amor de pica. Claro que só sexo não sustenta relacionamento nenhum. Com o tempo a gente foi se conhecendo melhor (vestidos). Aí sim eu notei os olhos verdes dele lindos de morrer. Ele também descobriu que meu cabelo não era o tempo todo liso. E a gente foi se apaixonando.
Outra coisa me conquistou: ele não me tratava como um buraco em que ele se enfiava de vez em quando. Ele fazia eu me sentir especial. Podia rolar a maior putaria na cama, mas quando terminava eu era abraçada pra dormir. Ou então ficávamos um tempão conversando.  E já aconteceu até de eu acordar e dar de cara com ele me olhando.
Enfim, até desviei um pouco o tema do post. Quando é pra falar dele eu me empolgo #)
Mas a gente era fogo mesmo. E antes de eu engravidar, tenho o orgulho de dizer que rolava todo santo dia. Aham, morram de inveja.
Só que um belo dia eu peguei um positivo na mão. E minha vida nunca mais foi a mesma.
Primeiro pq um pouco antes de eu me descobrir grávida, eu estava com uns probleminhas de saúde. Como eu tenho pedra na vesícula, atribuía os sintomas (dores nas costas e abdominais, cólicas, sensação de saciedade) a isso. Tanto que foi um período que eu fui parar várias vezes no pronto socorro e da-lhe medicação na veia. Depois do positivo fiquei até com remorso de tanto remédio que eu tomei. Mas deus perdoa pq eu não sabia, certo?
Tinha muito mal estar no inicio, sono, cólicas. Dor nas tetas então nem se fale. Só de encostar já doía. E toda vez que a gente tinha relação eu me sentia pior ainda depois. Lógico, né? Puxa pra lá, empurra pra cá, vira aqui... Como que não se sente mal com um útero gravídico sendo chacoalhado de um lado pro outro?
Aí passou o mal estar. E veio a preguiça. Queria que o mundo acabasse em barranco pra eu poder morrer encostada. Eu até tinha vontade, mas no espaço de tempo entre o Marido tomar banho e deitar eu já tava roncando.
Agora passou a preguiça. Mas chegaram as dores musculares. Dói a bunda, dói a virilha, dói as costas, dói os braços. Ai que sufoco! Como que tem libido assim, gente?? Cadê o tal desejo sexual de grávida?
Eu não tenho vontade logo ele fica estressado logo eu fico triste (e choro) aí que eu não quero mais mesmo logo ele fica um pouco mais estressado a assim caminha a humanidade.
Só espero que essa fase passe. Mas aí o baby nasce e piora tudo de novo.
Marido, por favor. Se arrumar amante não me deixa  descobrir. Por que se eu descobrir seu filho vai nascer órfão e juro por deus que não é isso que eu quero.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Conselhos pro meu pequerrucho

Desde já eu penso em maneiras de aconselhar e plantar valores na cabeça do meu filho. Esse mundão tá cada dia mais louco. Como protege-lo de tudo que acontece ao redor? E realmente, cheguei à única conclusão plausível: não há como. O que eu posso fazer é ensina-lo o certo e errado e entregar nas mãos de Deus.
Eu, particularmente, sou uma pra sempre frustrada com a humanidade. Mas não quero que ele seja assim. Aí dia desses uma amiga me mandou um link que tava circulando pelo facebook (esse aqui) e parece que me acendeu uma luz. Certamente, nem tudo está perdido. Há uma ínfima parcela que se salva. E pensando nisso listei alguns conselhos que quero dar pro meu filhote, tanto quando criança como quando adulto:

  • Pratique atividade física- Melhor dizendo, cuide da sua saúde e do seu corpo. Zele pelo seu futuro. Não queria ser um idoso reumático. Alimente-se bem, faça caminhada, corrida, judô, futebol, ballet, qualquer coisa. Movimente-se. Seu corpo e sua mente agradecem.
  • Seja gentil com as pessoas- Há um ditado que diz que "Gentileza gera pessoa folgada". Mas não pense por esse lado. Seja cordial. Sorria, cumprimente, ajude a moça a colocar as sacolas no carro. Ceda seu lugar no ônibus para uma senhora mais velha. Trate bem os vendedores, garçons, aqueles que te servem. Ouça seus professores enquanto eles falam. Ser gentil não custa nada. E os outros seres humanos não têm culpa do seu mau humor.
  • Goste de animais- Não seja conivente com abusos e maus tratos. Posicione-se. Se achar algum perdido na rua, faça algo para ajudá-lo. Adote, cuide, ame, eduque. Cães, por exemplo, vivem menos que nós pois já nasceram sabendo amar de uma forma que levariamos uma vida inteira pra aprender.
  • Estude- Manjado, né? Mas real. Estude, filho. Dedique-se. Empenhe-se naquilo que você faz. E faça o que você gosta. Pra depois não se tornar um profissional amargurado e frustrado.
  • Alimente sua mente- Goste de música e livros. Tenha cultura. Não seja um alienado pela mídia. Faça a diferença. Todos têm potencial para tal.
  • Seja prudente com seu dinheiro- Talvez o conselho mais dificil a ser seguido, mas não menos importante. Seja prudente! Abra uma poupança e guarde nem que seja o mínimo possível. Tenha reservas. Você nunca sabe o dia de amanhã.
  • Quando chegar a hora de namorar- Cuide bem do seu companheiro(a). Trate-o como você gostaria de ser tratado. Não seja como a maioria das pessoas. Preserve-se e preserve o outro. Traição não é algo normal, instintivo; como pregam hoje em dia. Traição é falta de lealdade consigo mesmo, com o parceiro, com os sentimentos próprios e alheios. Mais uma vez, faça a diferença. E seja sincero, além de qualquer coisa.
  • Mantenha os bons amigos- E afaste-se dos que te fazem mal. Amigo a gente escolhe e ao mesmo tempo é escolhido por ele. Cultive as boas amizades.
  • Valorize sua família- Passa muito rápido. Uma hora você vai criar asas e seguir seu rumo. Não tenha remorsos e arrependimentos. Valorize cada momento junto. Família é o que te acolhe, independentemente de qualquer coisa. Você vai brigar com seus irmãos, sim. Mas nunca ninguém vai te defender como eles (e você irá defendê-los também). Crie laços com sua família. Quando você menos esperar, vamos nos separar. Aproveite cada momento.
  • Tenha fé- Jesus Cristo foi o cara mais incrível da face da Terra. Seja otimista, mantenha a esperança e a calma mesmo nos momentos mais dificeis. Leia sobre Ele e você verá de onde vem a força.
  • Lute pelo que você acredita- Sim, lute. Pelos seus objetivos, pelos seus ideais, pelos seus príncipios. Não baixe a cabeça frente o primeiro obstáculo, mas sim, tenha sabedoria para lidar e aprender com ele.
  • Não cultive pré-conceitos- Seja o próximo negro, branco, amarelo, crente, espírita, gay ou o que quer que ele seja. Você não o conhece. Não julgue para não ser julgado. Religião, raça ou opção sexual não definem ninguém.
  • E mesmo com todos os conselhos que eu e seu pai podemos te dar, você vai se decepcionar. A vida é assim. Mas a forma com que você lida com a decepção é o que vai definir seu próximo passo. Seja feliz, filho. Isso só depende de você.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Desmistificando a gravidez, por mim.

Hipótese nº 1: Sua vida vai ser dormir, enjoar e vomitar.
Na minha situação, é verdade em partes. Meu sono na verdade piorou, eu era muito mais dorminhoca. Agora demoro pra dormir, é difícil achar uma posição confortável na cama, qualquer barulhinho me acorda e quando finalmente chego ao REM, preciso levantar pra ir ao banheiro; umas duas vezes por noite. E se eu não levanto faço na cama. Humilhante, mas bastou acontecer uma vez pra eu aprender a lição.
Quanto aos enjoos, só aparecem se eu fico muito tempo sem comer. Ah!! Também acontece de eu acordar com fome de madrugada e ter que ir comer.
Vomitar mesmo eu vomitei duas vezes. Uma vez porque eu fui pra Argentina e me entupi de queijo e azeitona (quem é da terrinha sabe do que eu tô falando). Cheguei em casa, dormi e acordei botando tudo pra fora. Mas na verdade acho que foi pq eu comi demais mesmo. E a outra vez comecei a passar mal umas sete da noite e foi até sete da manhã. Sim, a noite inteirinha da cama pra privada. Mas eu também tava com uma enxaqueca tremenda. Então, em nenhuma das vezes sei bem se foi a gravidez ou as causas aleatórias.


Hipótese nº2: Você vai querer sair comprando tudo para bebês que vê pela frente.
Mentira. Até agora só me deu vontade de comprar uma sapatilha de oncinha pra recém nascido. Mas como eu ainda não sei o sexo do meu rebento, não arrisquei. Eu gosto de olhar roupinha, decoração de quarto, sapatinhos... Mas meu impulso consumista desenfreado ainda não se manifestou.

Hipótese nº3: Você vai comer igual uma vaca, tirando os desejos bizarros que vão te deixar quase louca. 
Eu até emagreci depois que engravidei, mas pq passei a me alimentar melhor. Meu apetite não diminuiu nem aumentou, mas na hora que a fome bate não posso me dar ao luxo de esperar pra comer. Parece que tem um burraco no meu estomago que poderá ocasionar a 3º Guerra Mundial se não for preenchido. E desejos por enquanto também só duas vezes. Na primeira eu estava num posto de gasolina abastecendo o carro e fui até o balcão da loja de conveniência pra pagar. E lá estavam expostas todas aquelas guloseimas coloridas e diversas. Entre elas, tinha kinder ovo. E ele olhava pra mim com uma cara de “Por favor, me come” que eu não pude resistir. Parece que minha vida dependia daquilo e se eu não comesse meu filho iria nascer com cabeça de ovo. Nem quando eu era criança comi um negócio daquele tão gostoso.
A outra vez foi num dia chuvoso em que eu estava em casa de férias. Tava no facebook vasculhando a vida alheia quando me deparo com uma foto com a seguinte legenda: “Almoço super saudável”. Sabe o que tinha na foto? Um combo do mc donalds. Alias, pq as pessoas insistem em colocar foto de comida no face? Pra mostrar que tem um celular com acesso a internet ou pra judiar da lombriga alheia? Enfim, minha boca encheu de água, o marido tinha ido trabalhar com o carro, tava chovendo canivete e eu não tinha como ir ao mc donalds. Liguei pra minha best friend forever me levar, mas ela tinha aula. Liguei pro marido, ele não me levou a sério. E não tinha nem como pedir pra entregar pq eu não tinha dinheiro, só cartão. Fiquei com vontade naquele dia. Mas no outro fui bater perna no Paraguay e comi o bendito. Big tasty com muito molho, cebola roxa e batata frita. Inclusive, lá nos Hermanos além de ser metade do preço daqui, dá impressão que é muito mais gostoso também.

Hipótese nº4: Seu desejo sexual vai aflorar e você vai virar uma máquina de sexo. 
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!!!!!!!!!! Coméquié?  Só digo uma coisa: tô rezando toda noite pro marido não arrumar uma amante.
As coisas diminuíram aqui em casa. Acho que fui feita pra reproduzir. E agora que consegui, não quero saber de mais nada na vida.
Tá, também não tá uma seca total. Mas digamos que diminuiu uns 50%.
O corpo fica mais sensível, dolorido... E é difícil relaxar quanto tem um rim em formação dentro do seu útero. Ao mesmo tempo, é também mais prazeroso pq as reações são mais intensas. Ou seja, é difícil começar. Mas quando tá lá é mais gostoso do que antes.

Hipótese nº5: O latido do cachorro da vizinha vai ser motivo pra você chorar. 
Verdade verdadeira. Tô a flor da pele o tempo todo, tanto pra alegria quanto pra tristeza quanto pra raiva. Choro pq tô feliz, choro pq tô triste, quero matar quando tô com raiva. Mas no meu caso é até bom. Eu nunca fui de me manifestar com nada. Agora falo o que eu penso sem medo de ser feliz (e depois coloco a culpa nos hormônios). E isso tem me aliviado.
Ontem foi um dia desses pra mim. Marido acordou e foi trabalhar. Só que me esqueceu em casa e eu tive que ir de onibus pra faculdade. Chorei de raiva enquanto me arrumava pra sair. Chorei no ponto de onibus. Chorei dentro do onibus no percurso até a faculdade. Chorei pra minha colega que acabou de ter filho (e disse que é normal, só vai passar quando nascer; isso se eu tiver sorte). Aí fui trabalhar e esqueci. Cheguei em casa e liguei pra minha avó (ontem foi o dia dela!) que me criou. Confesso que tenho um pouco de remorso por dar menos atenção pra ela do que ela merece. E depois que casei moro num lugar um pouco longe de sua casa. Aí sabe o que ela me falou?? "Ah.. vocês vem tão pouco aqui em casa. Eu queria ficar mais perto agora que você tá grávida. Eu só não vou aí pq a gente não tem carro e seus tios você sabe como são, é?" Ai, vó... Pq a senhora foi falar isso? Aí chorei de culpa, comecei a pensar que pode ser que ela nem esteja mais aqui quando o bisneto nascer e tô pensando seriamente em conversar com o marido pra gente se mudar lá pros lados dela.
Aí depois eu chorei enquanto tomava banho, chorei antes de dormir, chorei, chorei chorei! E me perguntar pq eu tô chorando ou o que eu tenho só piora a situação. Eu não sei o que eu tenho! Alias, eu sei sim. Tenho um nenem crescendo dentro de mim que me desestrutura emocionalmente. E sua formação desestabiliza todos os hormônios do meu corpo. Então, ao invés de me perguntar o que eu tenho, só me abraça e deixa eu chorar. Se eu quiser falar alguma coisa, eu falo.


Cada caso é um caso, cada reação é uma reação. Mas eu ás vezes até esqueço que tô grávida. Sempre presenciei aquelas grávidas padrão, como seus enjoos e desejos. Não sei se é bom ou ruim, mas fugi dos padrões. E tomara que meu filho também fuja dos padrões dos bebês que eu já conheci e seja um anjo de candura!

sábado, 21 de julho de 2012

Bom dia, bom dia, bom dia!


E cá estou eu mais uma vez com pensamentos ranzinzas e inspiração explosiva. Eu sei que vocês já estão cansados de saber que eu to um porre e tão se perguntando quando as fadinhas do bom humor e alegria das grávidas vão tocar meu coração. Ok então. Sabe quando isso vai acontecer? Com sorte a hora que meus peitos pararem de doer, minha coluna voltar pro lugar de origem, eu parar de vomitar e conseguir dormir uma noite inteira sem ter que levantar pra ir ao banheiro. Até lá, boa sorte pra quem estiver por perto!

Tem um blog que eu leio (esse aqui) muito legal e me identifico demais com a autora. Tirei essas listinhas de respostas bem educadas de lá. E já to decorando todas pro caso de precisar de alguma.

1) Será que eu devo ter um bebê após os 35? Não, 35 crianças já são suficientes.

2) Meu bebê tem poucos dias de vida e tem aquela cara de joelho. Quando é que ele vai mudar? Com alguma sorte, depois que ele terminar a faculdade.

3) Qual é o método mais confiável para determinar o sexo do bebê? O parto.

4) Minha esposa está grávida de cinco meses e está tão temperamental que às vezes ela parece um ser irracional. E isso é uma pergunta? Enfim, acostume-se.

5) Minha doula diz que não vou sentir dor no parto e sim pressão. Ela está certa? Sim. Da mesma maneira que um tornado pode ser chamado de uma corrente de ar.

6) Quando é o melhor momento para tomar a epidural? Depois que você descobre que está grávida.

7) Há alguma razão para eu estar na sala de parto com a minha esposa? Não. Ao menos que a pensão alimentícia não signifique nada para você.

8 ) Existe alguma coisa que eu deveria evitar enquanto me recupero do parto? Sim. Ficar grávida.

9) Você acha que eu devo fazer chá de bebê? Espere ele nascer primeiro, depois pode ferver a água.

10) Nosso bebê nasceu semana passada. Quando minha mulher vai começar a se sentir e agir normalmente? Quando as crianças forem para a faculdade.

E tem também aqueles dias que você cansa de dar explicação pra quem não vale a pena, né?

É seu? SIM

Posso dar um pedacinho de chocolate? NÃO

Mas o bebê não está com frio? NÃO

Mas o bebê não está muito empacotado? NÃO

Mama no peito? SIM

É a cara do pai, né? NÃO

Dorme a noite inteira? NÃO

Que lindo né? SIM

Dá muito trabalho? SIM

Posso roubar ele pra mim? NÃO

Vocês vão continuar com o cachorro? SIM

É seu primeiro? SIM

Você quer mais filhos? SIM

Mas você fica sozinha com ele o dia inteiro? SIM

Ah, são namoradinhos! NÃO

Vai dar um trabalho quando crescer, né? NÃO

Ele já caiu alguma vez? NÃO

Qual é o nome? NÃO

Nossa, que diferente, por que vocês escolheram esse nome? NÃO

Tá com qual idade? NÃO

É menina ou menino? NÃO

Posso pegar ele no colo? NÃO

Ele tá de cocô? NÃO. peraí (snif! snif). SIM.

Melhor que isso só fingir que não ouviu e continuar andando.

Bom final de semana e se vocês quiserem manter o bom humor, não engravidem!


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu e meu mundinho particular

Marido pediu pra eu escrever sobre o mundo à parte das gestantes. Segundo ele, dede que eu me descobri grávida, vivo só no meu universo, com o note no colo, sempre no mesmo lugar do sofá, com os pés cobertos.
Não é bem assim... Tá; é assim sim. Mas posso explicar.
Eu sempre fui avoada e até meio egoísta. Há quem diga que eu sou desinteressada com as coisas. Na verdade, eu gosto de solidão. Gosto de ficar no meu canto, com os meus pensamentos, fazendo as minhas coisas, sem precisar conversar com ninguém. Ou justificar cada suspiro que eu dou.
Nunca tive muitos amigos quando criança.  Sempre brinquei sozinha: eu e as Barbies. Nem amigo imaginário tinha por que era preguiçosa de inventá-los. E cresci assim, arredia, independente, com dificuldades para fazer amigos e tudo o mais.
Ou seja: não é a gravidez que me deixa etérea. Eu sou assim. Sempre fui. Pessoas me entediam. Alias, acredito que a gravidez acentuou essa minha característica.
A verdade é que eu to tão feliz e de bem com a vida que me abstenho de certas pessoas, de certos comentários, de certas conversas que sei que serão sempre as mesmas. Quantas e quantas vezes não inventei uma cólica ou enjoo pra não sair de casa? Ou então disse “já tô chegando!” e tô bem linda em casa de pijama?
É minha gente... Eu tenho preguiça das pessoas. Eu não gosto de conversar, tenho dificuldades pra interagir e lá no fundinho da minha mente todo mundo é chato, bobo e sem graça.
Como a sociedade impõe que o ser humano normal deve manter um círculo social e vida em conjunto, eu tento. Me esforço bastante, juro que me esforço. Mas tem dias que a paciência tá incrivelmente mais curta. Aí o melhor que eu faço é ficar em casa, bem quietinha com os meus pensamentos.
Bom, agora o Marido vai ler e dizer “Quer dizer então que eu te entedio?”. Não, meu amor. Você não me entendia. Eu que sou estranha mesmo. Gosto de ficar quieta. Só você sentado ao meu lado me basta. E dê graças a Deus por isso. Já pensou se eu fosse uma bitolada em discutir a relação? Kkkkkkkkkkk
Se eu tenho dois ouvidos e uma boca, é pra ouvir mais, certo? Pra quê querer compensar isso falando (asneiras) pelos cotovelos?

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pergunta o que quer, ouve o que não quer

Sinceramente, tem certas perguntas que me irritam profundamente. E parece que a gravidez é uma benção tão grande, que para pra não ser tudo tão lindo Deus coloca umas provas no caminho para testar a paciência (e o nível de progesterona) da pobre gestante. Nessas horas, o melhor é entoar um mantra, fazer cara de alface e enfrentar.
No fim de semana passado fui à festinha de aniversário do filho de uma amiga. Coincidência ou não, parece que muitas das minhas colegas resolveram engravidar também. Eu até acho legal porquê como eu sou a mais recente, quando meu filho nascer vou ganhar as roupas de RN delas (néé, meninas??). Enfim, num lugar cheio de grávidas e mães já feitas, o assunto só podia ser barrigas, parto e bebês.
Lá pelas tantas, levantei e fui ao banheiro. Encontrei uma garota que eu até conhecia de vista, tínhamos alguns amigos em comum e tal. Ela me cumprimentou e já foi colocando a mão na minha barriga. MOÇA, EU NÃO GOSTO QUE COLOQUE A MÃO NA MINHA BARRIGA! Nem meu marido mexe muito por que sabe que eu não gosto. E ele é o único que eu acho que tem direito. Não é porque tem um nenem aqui que ela virou patrimônio público. Aí ela me disse que viu uma foto no meu facebook onde o amorzão se abaixava e beijava meu pancéps gravídico. Perguntou de quanto tempo eu estava.
Eu: Tô de nove semanas.
Ela: Nossa, tão pouquinho e sua barriga já tá enorme! Eu também tô grávida, tô de 4 semanas e não tenho nada. Porquê a sua já tá assim?
Eu: Porquê eu sou gorda. E você é tão magrela que parece que tem AIDS. Com sorte, com uns 8 meses apareça alguma coisa.
Aí quem fez cara de alface foi ela, enquanto eu saí pisando duro.
Não. Eu não fui grossa. Só respondi à altura a falta de noção da criatura ao falar que eu tava barriguda. Que eu me lembre não sou amiga dela, não sei nem o nome, ela chegou colocando a mão em mim e falando asneira. Foi muito mais que merecido!
Tem também aquelas que perguntam se eu já sei o que é. Olha, eu sei que é uma criança, já que só copulei com o marido. Até onde a ciência sabe, seres humanos geram seres humanos e mesmo que você for praticamente de zoofilia é impossível nascer algo meio gente, meio bicho. Os genes são diferentes, tornando inviável a fecundação entre as partes. Capicce?
Eu acho que grávidas exercem um certo fascínio nas pessoas, fazendo com que elas fiquem curiosas e queiram conversar, tirar dúvidas, fazer perguntas. Mas tome cuidado com o que vai falar. Grávidas são criaturas imprevisíveis. Você pode se deparar tanto com o Bem quanto com o Mal.
No meu caso, tô mais pra granada. Tiraram meu lacre e jogarem. Onde eu encosto faço estrago.
Pois é, tô num azedume danado.
E sem criatividade pra escrever hoje.